Está em cartaz aquela que, para mim, é a melhor narrativa já
produzida por aqui: e espetáculo Bailei
na Curva, de Julio Conte. A peça fica até domingo,
15 de Fevereiro, no Theatro São Pedro. Há 25 anos em
cartaz, Bailei na Curva conta a história da Ditadura Militar
sob o ponto de vista de crianças porto-alegrenses, mesclando com maestria
o humor e o drama, o riso e a lágrima. Jubileu que não envelheceu
o texto, pelo contrário: os ícones da história da vida
privada dos anos setenta, como calça boca de sino, carrinho de rolimã
e repressão sexual, tornaram-se motivo de riso solto para uma platéia
nostálgica ou surpresa. E o olhar que se tem hoje, décadas depois,
sobre episódios tão difíceis já permite mais poesia,
mais auto-crítica, mais lucidez, e “Bailei na Curva”, diferentemente
de alguns textos mais incisivos da época, soube perceber estas nuances
daquele período abordando os crimes da ditadura a partir de conflitos
familiares, universais, atemporais.
Segue em cartaz a comédia Dona
Gorda, com Lúcia Bendati e texto de Lisiane Berti e Marcelo
Vázquez. A peça está na Álvaro Moreyra terças,
quartas e quintas até 19 de Fevereiro. E neste final
de semana estréia Rainha
do Lar, também com Lúcia Bendati e texto de Lisiane Berti.
A peça mostra mais um dia na vida de uma dona de casa, um dia como todos
os outros não fosse por um detalhe: é o dia do seu aniversário.
A personagem, através de diálogo com o público, narra detalhes
sobre o comportamento dos filhos e do marido, afirmando que quase todas as tarefas
têm o cansaço compensado pela vida levada em família, a
qual ama e não trocaria por emprego algum. A peça fica na Álvaro
Moreyra sexta, sábado e domingo, de 13 a 15 de Fevereiro.
Para
quem gosta de literatura, além da Segunda Literária com o sempre
ótimo Sérgio Capparelli (Livraria Saraiva, 19h), está em
cartaz Dez (quase) amores, uma adaptação do livro de
Claudia Tajes. A sinopse da peça nos diz que "assim como no livro,
a peça traz Maria Ana, personagem central, que sem pudor e bastante humor,
percorre as vielas de amores absurdos, vivendo-os como se o amor fosse pra sempre,
esquecendo muitas vezes, que o pra sempre, sempre acaba. Ao final da peça
contabiliza-se quase dez amores e vários desencontros". A peça
está no SESC terça, quarta e quinta, de 17 a 19 de Fevereiro,
às 20h. Estou curioso para assistir.
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