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Literatura

Diga-me o que lês, que direi quem tu és
Cláudia de Villar

Em nosso país ainda percebe-se muitas formas de preconceito. Temos preconceito racial ou étnico, preconceito com a escolha sexual, com os deficientes físicos, idosos, crianças, políticos, moradores de comunidades ou vilas e assim por diante. Mas há também um preconceito relacionado à opção literária do indivíduo.

Os livros infantis ainda são denominados por muitas pessoas como um “livrinho”, uma nomenclatura no diminutivo com o intuito de depreciar tanto quem escreve quanto quem os lê. Como se o escritor de livros infantis fosse alguém menos capaz de escrever boas histórias assim como os escritores que escrevem para um público adulto. Da mesma forma há o preconceito com aqueles que leem os livros infantis, principalmente se esse leitor for um jovem ou um adulto. Se for esse o caso, esse leitor logo é rotulado de infantil, incapaz de ler algo maior (tamanho aqui é documento), impossibilitado de ler um livro. Como se o livro infantil fosse escrito apenas para indivíduos com baixa capacidade de compreensão.

Outro preconceito literário há para aqueles cidadãos que leem HQs... Ah, esses são taxados de pessoas com cérebro pequeno. Há também os que gostam de ler livros com bastantes figuras. Esses são quase excomungados do grupo de leitores literários.

Infelizmente, ainda há muito preconceito. Se o cidadão disser que nunca leu a ‘Odisseia’, Homero ou Hamlet, William Shakespeare... Nossa! Que tipo de leitor ele é? Se não leu os clássicos ou os autores modernos que estão em destaque na mídia... Deixam de serem considerados leitores. Passam a serem apenas pessoas comuns, que jamais irão para o posto de leitor literário.

Mede-se a pessoa pelo o que ela lê. Por que um cidadão comum que vive na plebe é obrigado a ler Crime e Castigo, Dostoiévski, ? Por que o cidadão não pode gostar de ler gibis? Será ele menos inteligente? Se não ler o que os grandes escritores consideram ideais estão fadados a não serem bons leitores ou não serem cultos? O que faz do indivíduo um cidadão culturalmente aceito? O que é boa literatura? O que é má literatura? Há diferenciação? Quem fez essa distinção entre a boa e a má obra literária? Uma tem mais qualidade do que a outra? O que qualifica um livro? Os imortais escritores? Os modernos ou pós-modernos autores? Quais componentes devem ser encontrados numa obra para ela ganhar o status de OBRA LITERÁRIA, enquanto outros não passarão de livrinhos?

Sou aquilo que eu leio? Ou sou aquilo o que sou? Quem somos? O que faz de nós um leitor em potencial? O que faz de nós um leitor literário?


05/08/2014

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Comentários:

MUITO BOM...SUCESSO
CARLA ROSANE, VIAMO 12/08/2014 - 23:39
Adorei, Clàudia!Eu leio tudo, sou daquelas leitoras vorazes, amo HQ e sou fissurada em livros infanto-juvenis, noto que as pessoas acham estranho que leia livros de "crianças" sendo que sou adulta!Mas, os alunos acham muito engraçado este meu jeito! Sou professora de Literatura para Ensino médio e discuto todos os tipos de livros com eles e isso faz toda a diferença nas aulas! Abraços
Marisa Piedras, Porto Alegre 07/08/2014 - 19:41

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  Cláudia de Villar

Cláudia Oliveira de Villar é natural de Porto Alegre/RS e atua desde 2000 como professora de séries iniciais do ensino fundamental em escola pública estadual. Possui doze livros publicados, sendo dez para o público infanto-juvenil e dois para adultos: Eu também... (Alcance, 2005, infantil), Bola, sacola e escola (Manas, 2009, infantil), Zé Trelelé no Gre-Nal (Manas, 2010, infantil), Uma foca na Copa (Manas, 2010, infantil), Meu Primeiro Amor (Manas, 2011, infantil), Aprendendo a viver e ensinando a sonhar (Manas, 2012, adulto), Rambo, um peixe no fandango (Manas, 2013, infantojuvenil), Mano e a boneca de pano (Manas, 2013, infanto-juvenil, O Mistério do Vento Negro, volumes I e II(Imprensa Livre, 2014-2015, juvenil), Um Continho de Natal(Metamorfose, 2016) e o lançamento de 2018: Histórias para ler no Intervalo ( Metamorfose, 2018). Participou de três antologias, Brasil Poeta (Alcance, 2005), Casa do Poeta Rio-Grandense (Alcance, 2005) e Mercopoema (Alcance, 2005) e uma coletânea de contos, Metamorfoses (Metamorfose, 2016). Além do curso de Magistério, Cláudia é graduada em Letras, especialista em Pedagogia Gestora e Supervisão Escolar. Atua no meio educacional também como mediadora de leitura e, como jornalista colaboradora, a escritora é colunista do Jornal de Viamão/RS, bem como escreve para o portal Artistas Gaúchos, Homo Literatus e Almanaque Literário.

claudiadevillar@yahoo.com.br
www.claudiadevillar.com.br
www.facebook.com/claudia.devillar


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