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Promessas para o Ano Novo
Léo Ustárroz

Nunca fiz promessas para o ano novo, talvez por isso não tenha atingido resultados melhores. Será? Tomara que sim, pois desta vez vai ser diferente.

Neste ano que inicia, eu prometo ler mais, mas prometo mais ainda, reler e fazer novas descobertas no que já li. Prometo ler novamente “Dom Casmurro” e investigar em cada entrelinha se aquela Capitolina deixou alguma pista que justifique as suspeitas de sua possível traição. Já pensou se eu encontro? Prefiro que não. E prometo reler com mais atenção as aventuras do engenhoso fidalgo “Don Quixote de La Mancha”, pois mesmo que eu não entenda os porquês de ser considerado — por muitos estudiosos — o mais importante livro da literatura mundial, a verdade é que lá tem muitas aventuras interessantes para contar a meus netos. Também prometo ler mais os japoneses, pois fiquei encantado com aquele Toru Watanabe — teria ele conhecido o Holden Caulfield? — especialmente quando seu voo aterra em Hamburgo ao som de Norwegian Wood, me fazendo reviver o prazer de ouvir várias vezes meu primeiro LP dos Beatles à quase cinquenta anos. E também vou examinar melhor “A Valise do Professor”, para apreciar toda a poesia que Hiromi Kawakami deixou naquelas páginas. E não vou mais julgar a leitura de “Quem Mexeu no Meu Queijo”, nem os leitores de Paulo Coelho, pois os livros podem ir além da literatura — embora, nesse caso, aquém — e essas leituras oferecem uma porta de entrada para outras melhores. E prometo pensar por que aquele sofredor do “Camilo Mortágua” me tocou tanto nas três vezes que o li. E prometo ir melhor preparado ao Clube de Leitura, mesmo quando o livro do mês for apenas um best seller. E vou usar o Face para divulgar e sugerir boas leituras. E tentar reler “Meu Pé de Laranja Lima”, que me elevou a muito erudito aos quinze anos por andar com o livro debaixo do braço. E também prometo procurar ajuda para entender “Ulisses”, talvez alguém da geração Z consiga! Prometo ainda continuar pesquisando a literatura de países distantes, e também dos vizinhos, pois demorei muito a conhecer “A Trégua” de Mario Benedetti. E quando estiver melancólico vou reler pela sexta vez “Como Era Verde o Meu Vale”, para sentir novamente o cheirinho da comida de minha infância.

E, para não me estender em promessas, prometo ainda continuar lendo, estudando, e praticando a escrita, para que — quem sabe? — um dia eu possa ser visto como um escritor, por mais desconhecido que seja.

 


09/01/2016

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Comentários:

Leo, gostei do seu texto: leve e profundo e inspirador. Deixou uma pergunta em mim: Que promessas literárias eu faria para 2016 além de dedicar-me à obra de Shakespeare (400 anos de morte este ano)? Vou pensar. Obrigada. Regina
Regina Fernandes Costa, Niterói, RJ 29/01/2016 - 14:02

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  Léo Ustárroz

Léo Ustárroz nasceu em 1952, natural de Bagé-RS. Com formação em Engenharia Química pela UFRGS e Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS, é empresário, bloguista, e contribui como articulista em jornais locais e sítios eletrônicos. Autor dos romances SALA DE EMBARQUE (2016) e RESGATE EM PAMPLONA (2018), pela Editora Metamorfose.

leoustarroz@jus.adv.br
leoustarroz.blogspot.com


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