A auto publicação é, simplesmente, o fato de um escritor responsabilizar-se pela publicação do seu livro, seja no tradicional formato impresso ou em e-book. Esse modelo de publicação não é nenhuma novidade, mas as plataformas de auto publicação de e-books lançaram novas luzes sobre este modelo e conferiram maior visibilidade a algumas obras que alcançaram grande repercussão – pense no exemplo (já gasto) de Cinquenta Tons de Cinza e nos livros que se vê em livrarias com um selo na capa falando do seu sucesso na rede wattpad (em geral para o público adolescente).
Ainda que a publicação independente não seja uma novidade dos nossos tempos, é incomum termos detalhes sobre aos bastidores das muitas histórias de fracasso que ocorrem. Apenas os grandes sucessos são divulgados e comentados como seu o mesmo pudesse ocorrer com você, autor independente, da noite para o dia, no velho estilo conto de fadas. Por isso, o mis provável é que os escritores que se aventuram nesse caminho sem ganhar alguma intimidade com os tantos detalhes e mecanismos que movem o mercado editorial acabem saindo frustrados da experiência.
Se é verdade que nunca foi tão fácil publicar como hoje, é ainda mais verdadeiro que o caminho para ser lido (que já não era simples no tempo de Hemingway) talvez esteja mais íngreme. Considere que junto com as muitas (e verdadeiras) facilidades da tecnologia, também temos hoje um volume incrivelmente maior de publicações disputando o interesse (?) do leitor, um sistema educacional pouco estimulante da leitura e distrações muito sedutoras em cada smartphone.
Diante disso, muitos podem pensar que a única chance de alcançar de fato os leitores, é a publicação tradicional por uma editora, desconsiderando a realidade de que também as editoras podem fracassar em muitas das suas apostas. Não sejamos ingênuos, pois ser publicado por uma editora não é sinônimo de sucesso (o que quer que seja isso para você), assim como publicar-se de modo independente não é sinal de que ninguém vai ler sua obra ou de que ela não tem valor.
Uma coisa, porém, é certa, o autor que deseja ir um pouco além da alegria de ver seu texto virar livro precisa entender quais as alternativas estão à sua disposição e decidir, com base em informação e senso de realidade, onde apostar suas fichas (leia-se seu tempo e eventualmente seu dinheiro). Existem muitas alternativas bacanas na web para essa busca e para a troca de experiências sob diferentes perspectivas - de quem é autor independente, de quem conhece o mercado editorial, de quem atua nas plataformas de autopublicação. O oráculo sempre pode dar uma forcinha, mas para quem quiser saber das experiências, equívocos e alegrias de alguém que aprendeu na prática, pode dar uma bisbilhotada no site
Saiba Publicar(se), onde reuni muito do que tenho experimentando nesse mundo da publicação em e-books desde 2010. E para quem se cadastrar para receber as atualizações por email, tem um e-book gratuito com dicas honestas para quem está tateando nesse rumo ou simplesmente tem curiosidade a respeito.
Vale relembrar que muitos grandes autores da literatura mundial bancaram a publicação de seus próprios livros (Virginia Woolf, Proust e muitos outros) e que a publicação independente não precisa e não deve ser sinônimo de fazer tudo sozinho, pois há uma grande oferta de serviços e de apoio para as diversas etapas de edição de uma obra. Então, que tal informar-se e interagir com quem está no mesmo barco para ter mais chances de uma navegação menos turbulenta?
Muito claro e honesto o teu texto, parabéns Maurem. O estímulo em avançar é este, cabe a cada um escolher o ritmo. Beijos
Ana Cattani, Porto Alegre 02/03/2016 - 08:52
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