Infelizmente, o livro ainda é um Bicho-Papão para a maioria das pessoas. Afinal, basta olhar em volta e veremos o quanto as pessoas estão escrevendo e lendo. Porém, esta leitura não está voltada aos livros, mas às redes sociais. O BUM das redes sociais nos aponta um crescimento absurdo na prática da escrita e leitura, nos mostrando que as pessoas não são avessas à leitura ou à escrita, mas sim torcem o nariz para os livros. Por que isto acontece? Por que livrarias estão fechando enquanto as pessoas demonstram uma afinidade enorme com a leitura?
Talvez esta resposta não se resuma em apenas um único fato. Talvez esta escrita mais despojada e sem o ranço da obrigatoriedade da forma correta de produção textual faça com que os indivíduos se sintam convidados à escrita..
Sabemos que uma grande parcela dos indivíduos são apresentados aos livros somente nas escolas, faltando a parcela, importantíssima da influência familiar na aquisição do hábito de ler. No ambiente familiar a leitura tem um ar de descontração, felicidade, prazer, mas no âmbito escolar, a leitura carrega a carga da obrigatoriedade, a nota no final do trimestre ou semestre pela leitura, o resuma, a resenha e a famigerada redação a partir de leituras.
Desta forma, as pessoas se jogam tanto nas leituras e escritas sem a obrigatoriedade do politicamente correto e se afastam dos livros e suas lembranças dos bancos escolares. Portanto, é preciso que a leitura nas escolas esteja presente em momentos mais descontraídos e sejam lançadas propostas de ler por ler, sem a nota final. Quem sabe, este seja um caminho para que a leitura perca o estigma do Bicho-Papão das vidas das pessoas.
24/01/2019
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Cláudia de Villar
Cláudia Oliveira de Villar é natural de Porto Alegre/RS e atua desde 2000 como professora de séries iniciais do ensino fundamental em escola pública estadual. Possui doze livros publicados, sendo dez para o público infanto-juvenil e dois para adultos: Eu também... (Alcance, 2005, infantil), Bola, sacola e escola (Manas, 2009, infantil), Zé Trelelé no Gre-Nal (Manas, 2010, infantil), Uma foca na Copa (Manas, 2010, infantil), Meu Primeiro Amor (Manas, 2011, infantil), Aprendendo a viver e ensinando a sonhar (Manas, 2012, adulto), Rambo, um peixe no fandango (Manas, 2013, infantojuvenil), Mano e a boneca de pano (Manas, 2013, infanto-juvenil, O Mistério do Vento Negro, volumes I e II(Imprensa Livre, 2014-2015, juvenil), Um Continho de Natal(Metamorfose, 2016) e o lançamento de 2018: Histórias para ler no Intervalo ( Metamorfose, 2018). Participou de três antologias, Brasil Poeta (Alcance, 2005), Casa do Poeta Rio-Grandense (Alcance, 2005) e Mercopoema (Alcance, 2005) e uma coletânea de contos, Metamorfoses (Metamorfose, 2016). Além do curso de Magistério, Cláudia é graduada em Letras, especialista em Pedagogia Gestora e Supervisão Escolar. Atua no meio educacional também como mediadora de leitura e, como jornalista colaboradora, a escritora é colunista do Jornal de Viamão/RS, bem como escreve para o portal Artistas Gaúchos, Homo Literatus e Almanaque Literário.
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