NEEMAN, Sylvie.Sábado na livraria. Ilustrações de Olivier Tallec. Tradução de Cássia Silveira. São Paulo, Cosac Naify, 2010. 32p.
Sempre se pode celebrar a vida com um livro. Com uma boa história. Para presentear a memória, para apaziguar os medos, para refazer a linha do nosso horizonte pessoal.
Pois este livro trata do amor aos livros. Um homem, freqüentador assíduo de uma livraria, é visto pelos olhos de uma menina. Ela acompanha suas ações, porque sempre está na livraria no mesmo dia em que ele está: aos sábados. Ele lê sempre o mesmo livro, sentado em uma poltrona, enquanto ela lê histórias em quadrinhos. O livro dele é pesado, o dela é divertido. O dele é grande, o dela acaba logo. Ele se emociona, ela repara. Até que um dia ele some. A menina se pergunta se ele estaria doente. O Natal se aproxima. Três dias antes, ele aparece novamente na livraria, e quando vai procurar o tal livro nas prateleiras, não o encontra. Estava certo de que ele finalmente havia sido vendido, sabia que esse dia chegaria, e prepara-se para voltar para casa, meio pesaroso, quando é surpreendido pela dona da livraria, com um pacote dourado.
A história é narrada pela menina, que presta atenção em tudo o que o velho faz na lojaa. Ela vai comparando-se a ele, a partir de suas atitudes, seus gostos, suas preferências, suas reações. O olho, como instrumento privilegiado da observação, vai costurando a história, fazendo de sua dona uma grande observadora da vida ao redor e de si mesma. O livro que cada um deles lê é um guardado de afetos: com o lugar (a livraria), com a leitura, com os leitores que se reconhecem na paixão do outro. E embutido nessa relação, estão as ideias de tempo, de constituição do leitor, de funções da leitura. Tudo de forma sutil, é claro.
O texto, bem distribuído nas páginas, é simples, direto, curto, e com lacunas que servem para reforçar um certo clima de mistério, de preservação das intimidades. Mas, também funciona como uma lente, e na medida em que vai se aproximando dos “retratados”, vai revelando, maiores detalhes.
As imagens do livro são grandes, de páginas duplas e com pinceladas fortes, com grande massa de tinta e cenas preparadas para provocar impressões! Predominam os azuis e os amarelos. O azul escuro reforça o tom invernal. O amarelo dá uma dimensão afetiva, uma humanidade para os personagens da história. O ilustrador não esconde os traços de grafite, o que confere ao livro uma atmosfera de intimidade, de participação em um segredo, coerente com o clima de aconchego suscitado por cada página.
A pergunta que fica ecoando por trás das observações da menina que olha o velho enquanto lê, poderia servir para todo e qualquer leitor: quem prazer se pode tirar disso? E vem ainda associada à sensibilidade decorrente do período natalino.
A autora nasceu na Suíça e estreou na literatura infantil com esse sensível livro. O ilustrador é francês e já fez mais de cinqüenta livros infantis. A sutileza da dupla, ao contar uma história tão recheada de emoções conduz o leitor do início ao fim. Não seria essa uma história de fins?
Celso querido é sempre muito bom te ler.
Acompanho tua história de sucesso e fico feliz. Tive um baita mestre de histórias infantis. abraço
Gerci, Porto Alegre RS 14/12/2011 - 17:28
Goastaria q vc mandasse alguns materiais sobre cantação de historia.Eu estou fazendo pos-graduação e o meu tema para a manografia é sobre isso.VC Poderia me ajudar por favor me danda dicas.tema cantação de historia para cç infantil de até 4anos.obrigado.
roseli aparecida de castro, campo grande/ms 13/12/2011 - 12:47
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