Carta pública de Regina Zilberman e Marisa Lajolo em apoio a Tânia Rôsing
Caio Riter
Carta pública de Marisa Lajolo e Regina Zilberman em apoio à Tânia Rösing
Há 34 anos, escritores, leitores, seus formadores e seus pares aprenderam em Passo Fundo formas extremamente gratificantes de convívio. Sob a batuta competente da profa. Tânia Rösing.
Por cinco dias, desde 1981, nos primeiros anos em salas da universidade e depois também sob a imensa lona que abrigava os eventos plenários, gente de todas as idades falava de livros. Histórias, poemas, romances, quadrinhos, tudo tinha sua vez. A vida literária brasileira foi se ouvindo cada vez mais forte, pela voz da profa. Tânia Rösing, idealizadora e até dias atrás coordenadora do evento que chegaria neste ano à sua décima-quinta edição.
O evento começou modesto.
Sua primeira edição chamou-se Jornada de Literatura Sul-Rio-Grandense. Em 1983, em função da envergadura que foi ganhando, passou a chamar-se Jornada Nacional de Literatura Brasileira. Poucos anos depois, simplificou a denominação para Jornada Nacional de Literatura, pois se tratava de valorizar a literatura e escritores independentemente de sua origem geográfica ou língua empregada. E na esteira da visibilidade que o trabalho da profa. Tânia deu aos livros e à leitura, Passo Fundo, em 1997, passou a constituir-se a primeira cidade brasileira a dar asilo a um escritor perseguido, em conformidade com os princípios do Parlamento Internacional dos Escritores.
Simultaneamente ao amadurecimento do evento, que em suas primeiras edições privilegiava livros para crianças e jovens, a literatura infanto-juvenil foi ganhando reconhecimento acadêmico. Chegou à pós-graduação. E fora da academia, tornou-se um dos mais significativos segmentos do mercado livreiro, bem como um dos elementos fundamentais da formação de leitores. Abandonando o recorte pedagógico, retomando a tradição lúdica e literária da obra lobatiana, o gênero trouxe para o Brasil vários e importantes prêmios internacionais. Cujos ganhadores – a convite da profa. Tânia Rösing – por várias vezes participaram da Jornada de Passo Fundo para delícia de seus leitores, entre os quais se contam pesquisadores, professores, educadores.
Não por outra razão Passo Fundo ostenta hoje a média de leitura de 6,5 livros por habitante/ano, a mais alta do país, reconhecimento que se traduziu na lei federal de 2006, que confere àquela cidade o título de Capital Nacional da Literatura. Os inúmeros prêmios concedidos à coordenadora – como a Comenda Ordem do Mérito Cultural, da Presidência da República, em 2002; o Prêmio VIVALEITURA, da Fundação Santillana, em 2008; o Prêmio Qualidade RS, Personalidade na área da Cultura, em 2012; o Prêmio Líderes & Vencedores, em 2013; e – no ano passado, 2014 – os troféus Guri, da RBS, Amigo do Livro, da Câmara Rio-Grandense do Livro, ao lado de troféu com o mesmo nome, da Câmara Brasileira do Livro durante a cerimônia de entrega do Prêmio Jabuti. Tais prêmios, entre os mais recentes recebidos profa. Tânia Rösing, confirmam amplamente a excelência de seu trabalho e a liderança que exerce no meio em que atua.
Nestes anos todos, escritores dos mais diferentes perfis foram recebidos com carinho e respeito em Passo Fundo, tendo à frente a figura infatigável de Tânia Rösing. São esses respeito e carinho, associados à gratidão, que desejamos retribuir, em nome de todos os leitores, educadores e pesquisadores que foram beneficiados com a ação incomparável da coordenadora de todas as Jornadas de Literatura realizadas até o presente.
Regina Zilberman & Marisa Lajolo
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