Livros publicados

Reino das Cebolas

O reino das cebolas, lançado em 1996, é o livro de estréia de Cíntia Moscovich na literatura. Reunião de contos com temáticas e técnicas narrativas que vão do fluxo de consciência ao conto sem personagem, a obra, em sua grande parte, conta com textos produzidos na Oficina de Criação Literária da PUCRS, ministrada pelo escritor Luiz Antonio de Assis Brasil. Em sua primeira edição, teve o apoio do Fumproarte, programa de incentivo à cultura da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre. Já em sua estréia, Cíntia demonstrava o rumo que seguiria, o de uma escrita cuidada, com temática ligada ao judaísmo e às relações humanas em suas várias instâncias. O reino das cebolas ganhou indicação para o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, tendo sido adotado por várias escolas do Estado. Um dos contos que compõem a obra, Sheine meidale, foi traduzido para o inglês, fazendo parte de uma antologia de autores lusógrafos de ascendência judaica. Atualmente, O reino das cebolas pode ser encontrado em versão pocket pela L&PM.

 

Duas iguais

Duas Iguais é, como o prefácio tenta aclarar, uma história de amor. Romance que tematiza o amor homossexual sem recorrer a engajamentos ou a um manual de bons modos, Duas iguais conta a história de duas adolescentes, Clara e Ana, que vivem em Porto Alegre, com foco no Bom Fim, bairro judaico tradicional da cidade — que poderia ser qualquer bairro judaico em qualquer cidade do mundo. As duas jovens se envolvem convivendo numa escola judaica, fato que gera uma série de confrontos que vai acompanhar as duas meninas pela vida afora. Enquanto Ana se auto-exila em Paris, Clara penetra, pouco a pouco, nos umbrais do mundo adulto. Por força das circunstâncias, Clara e Ana voltam a se encontrar.

O livro foi lançado originalmente em 1998 pela L&PM e ganhou nova edição revisada pela Record em 2004. Ganhou o prêmio Açorianos de Narrativa Longa, concedido pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, em 1999.

 

Anotações durante o incêndio

Um conjunto de onze contos, nos quais a autora percorre as mais variadas possibilidades narrativas, sempre buscando uma visão lúcida e poética a um só tempo. Esta é a síntese de Anotações durante o incêndio, terceiro livro da escritora Cíntia Moscovich.

Dividido em duas partes, Anotações durante o incêndio é composto por textos de temáticas múltiplas, valendo-se, predominantemente, da ironia típica do judaísmo. Com apresentação de Moacyr Scliar, o livro é marcado por uma linguagem cuidadosamente elaborada, desenvolvendo a forma clássica do conto, que privilegia o subtexto e as ambigüidades. Fiel a seu estilo, Cíntia explora o humor e o insólito das atividades cotidianas, encontrando, na simplicidade, o material para sua literatura. A obra mereceu o Prêmio Açorianos na modalidade de Contos e um de seus textos, A Fome e a Vontade de Comer, foi adpatado para a televisão na série Contos de Inverno, da RBS TV. Atualmente, o livro está sendo traduzido para o italiano. Leia conto do livro publicada na revista mexicana Argos.

 

Arquitetura do arco-íris

Livro que marcou a estréia da autora na Editora Record, Arquitetura do arco-íris é uma reunião de contos que nasceu já elogiada por Luis Fernando Verissimo. Arquitetura do arco-íris apresenta diversas situações ligadas a extremos da vida. Transcendendo as marcas de sua origem, Cíntia experimenta narradores diversos em momentos igualmente diversos: ali está a jovem que sai de casa após a morte do pai para viver uma situação de estranheza com uma colega de aula, como em "Cartografia", a relação amorosa entre uma moça e um músico cego, caso de Fantasia-Improviso, passando pela jornalista que deve enfrentar um irascível tradutor, como em O tempo e a memória.

 

Por que sou gorda, mamãe?

Narrado em primeira pessoa por uma escritora que, em quatro anos engordou 22 quilos, o romance tenta investigar as possíveis causas da obesidade e da melancolia com doses de drama e humor. Essa personagem-narradora se dispõe a percorrer a própria história, imaginando que as razões de seu sofrimento estariam no passado, brincando com o limite entre realidade e ficção. A linha mestra deste romance é a transmissão geracional, seja ela a transmissão do amor parental, do ódio, de hábitos alimentares, de características familiares ou de personalidade. 'Por que sou gorda, mamãe?' é um livro sobre acertos de contas consigo mesma, mas, também, sobre uma escritora que, afinal, assume o seu ofício de escritora integralmente. A narradora e, por coincidência, eu também, precisávamos escrever um livro que marcasse uma nova etapa. A etapa de se dedicar integralmente a um ofício, explica Cíntia. São relatos longos, meio truncados, cheios de pausas e de uma dose impressionante de ironia. A catarse da difícil relação com a mãe, explorando os problemas de famílias de imigrantes judeus no Brasil. Existe um ditado judaico que diz que Deus não podia estar em todos os lugares e, por isso, Ele criou as mães. É um pouco cínico, é verdade, mas não deixa de ser real - a maternidade é uma parceria direta das mulheres com o Criador. 'Por que sou gorda, mamãe?' também trata das crises de auto-imagem dos gordinhos. Aqui estão o ódio do próprio corpo, da compleição disforme em que se encontra, de uma herança genética que tira da narradora a escolha e a faz 'gorda feito uma baleia'. Ela odeia a comida que a engorda, mas ama o alimento que lhe dá prazer. Essas ambigüidades são ultrapassadas paulatinamente, grama a grama, garfada a garfada, capítulo a capítulo.

 

Mais ou menos normal

Gaia nasceu em Porto Alegre, onde tem o rio Guaíba, que descobriram que não é rio, mas lago. E tem uma ponte com palmeiras plantadas. Estranho. Gaia também se acha um pouco estranha. Na casa dela, ninguém come cachorro-quente nem toma refrigerante, só chá, suco, cenoura, aipo... E, ainda por cima, ela começa a desconfiar que é adotada. Um dia descobre que um de seus amigos teria nascido num avião, sobrevoando Nova York. O que também não é lá muito normal... Será que é comum ser diferente? Não completamente esquisito... mais ou menos normal.

 

Essa coisa brilhante que é a chuva

Depois de lançar Por que sou gorda, mamãe?, um dos mais apreciados romances brasileiros em 2006, Cíntia Moscovich apresenta ao público Essa coisa brilhante que é a chuva, volume que reúne contos inéditos escritos ao longo de seis anos e que teve o patrocínio de Petrobras Cultural e do Ministério da Cultura. Com muita originalidade e impressionante sensibilidade, Cíntia Moscovich aborda temas corriqueiros e inevitáveis: o ciúme do filho pela mãe, a adoção de um cachorro abandonado, um jovem casal às voltas com uma reforma na casa. Valendo-se de muito humor ? e da tragédia sempre correspondente ?, a autora conseguiu uma reunião de contos tão coesos, e tão divertidos, que mais parecem uma só narrativa, tornando a leitura uma experiência única. Segundo Fabrício Carpinejar, que assina a orelha do volume, “Esse livro é um retrato antológico de Cíntia Moscovich. É quando a gente sabe com quem a gente está falando: estou conversando com o tempo. Estou conversando com o futuro. Estou conversando com o Manual de Literatura de meu neto. Estou conversando com um clássico.”