Música legal com letra bacana: este é o mote dos poETS, grupo
musical formado pelos músicos-compositores-vocalistas Alexandre Brito,
Ricardo Silvestrin e Ronald Augusto. Dia 4 de fevereiro eles aterrisam sua nave
no Porto Verão Alegre, e o Portal Artistas Gaúchos conversou com
Silvestrin sobre o espetáculo:
Artistas Gaúchos - Como foi a inserção dos poETs
na programação do Porto Verão?
Ricardo Silvestrin - Procuramos os organizadores e eles acharam ótimo
que participássemos.
E o que tu achas do Porto Verão Alegre?
Silvestrin - Acho uma idéia excelente, que se afirma a cada ano. Mostra
que, com organização e um bom projeto, a cultura pode acontecer
na nossa cidade. E tudo a partir dos próprios artistas.
Quando e como surgiu os poETs?
Silvestrin - Em 2001. Tanto o Ronald como eu e o Alexandre já
tínhamos outros trabalhos musicais. Eu nas bandas os Ladinos, como vocalista
e compositor e também, junto com Alexandre, na bando Os 3 Poetas, ambos
como vocalistas e compositores. O Ronald tinha (e tem) o trabalho solo dele,
tendo lançado o cd Os Humanos. Fora isso, nos conhecíamos e nos
admirávamos mutuamente como poetas. A partir daí, compusemos um
repertório juntos. Depois, shows, o cd e estamos aí.
Vocês 3 são poetas, além de músicos, e
estão inseridos na programação de um festival cênico.
Isso indicaria que a literatura contemporânea precisa sobremaneira interagir
com as outras artes?
Silvestrin - Não estamos na música para divulgar a literatura.
Estamos porque gostamos de compor, de cantar, de fazer show. Por isso, estamos
no PVA, para apresentar um show, baixo, bateria e guitarra, mais violão
e três vozes. Rock, baladas, funk, maxixe, nossas canções.
Acho que a literatura pode muito bem ser só, e não é pouco,
literatura. Nos nosso livros, no trabalho literário individual de cada
um dos três, somos escritores. Temos leitores. É claro que tem
o público que gosta das duas coisas que fazemos. Em espaço literários
(feiras de livro, livrarias) dizemos poemas antes do show musical. Mas também
fazemos apenas um show musical, pra todo mundo dançar e cantar, como
é o que faremos no Ocidente, no PVA.
Falando em literatura, o que te parece a programação
literária do PVA? Será que ao invés de uma grande editora
comercial não seria um espaço interessante para editoras como
a Ame o Poema apresentar seu trabalho?
Silvestrin - Acho que o espaço é aberto. As editoras
que quiserem participar devem fazer isso. A ameopoema está elaborando
novos projetos. Em breve, teremos notícias. Quanto ao trabalho literário,
tenho o meu recital em que apresento um espetáculo de 40 min com a minha
produção poética, chamado Ricardo, o bardo. Aceito convites!
Quem sabe coloco no próximo PVA?
Aliás, os poETs têm participado de grandes eventos literários,
como Feira do Livro, Festipoa, PortoPoesia? Esses eventos ajudam na formação
de leitores, na promoção do trabalho dos artistas?
Silvestrin - Sim. Os poETs têm, como anda falando o Ronald de si mesmo,
essa vida dupla. Podemos participar de um festival de rock e de uma feira de
livro. Quanto aos leitores, acho que temos que sair dessa posição
paternalista, de formar leitores. Os livros estão aí. Quem for
ligado que se puxe. Tem que cuidar também para não deformar leitores.
Por fim, um espetáculo do PVA que você indicaria.
Silvestrin - Os poETs, dia 4 de fevereiro, bar Ocidente, 22 horas.
A banda que nos acompanha é da pesada: Carlo Pianta (da Graforréia),
Sapo Dable (ex-Tom Bloch) e César Audi (um dos melhores bateristas num
raio de mil milhas). Fora isso, Os Homens de Perto é para rolar de rir.
O Oscar Simch fazendo uma terapeuta é o máximo. Também
o gauchão que ele encarna é demais.
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