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Em busca da harmonia perfeita
Isabel Bonorino

Desde fevereiro a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia (CEC) da Assembléia Legislativa do RS tem novo presidente. A descontração deve marcar a passagem do jovem deputado Mano Changes na comissão mais ligada aos temas de interesse educacional e cultural.

O músico e deputado Mano Changes (33 anos, eleito com mais de 42 mil votos pelo PP), assumiu dando cara nova às reuniões e audiências públicas do órgão técnico. Vocalista da banda Comunidade Nin-jitsu, Mano Changes em três meses na presidência, já realizou cinco audiências públicas, que analisaram temas como a situação das escolas públicas estaduais, o fechamento das escolas itinerantes no Estado e até as ações de enfrentamento para a crise da ULBRA.


Atividade na CEC: Mano ao centro e ao fundo o painel
grafitado por Trampo. Foto: Rafael Cabeleira

Comprometido com as iniciativas das comunidades da periferia, Mano Changes escolheu a arte em grafite para mostrar que é possível transformar um pichador de muros em um artista. Um painel grafitado pelo artista plástico Luiz Flávio Trampo foi feito para ser usado na sala de reuniões da Comissão de Educação e Cultura.

Descontraindo o ambiente da CEC, o deputado mostra que seriedade não significa cara fechada e, com seu jeito irreverente (quem chega cedo às reuniões semanais da Comissão pode até conferir Mano fazendo teste de som no microfone cantarolando algum ritmo), conduz com naturalidade as reuniões e audiências. O músico entende a cultura e a educação como ferramentas essenciais na construção de uma sociedade mais justa.

Mano Changes conta um pouco da trajetória na CEC na entrevista abaixo:

Um músico à frente da Comissão de Educação e Cultura. Como tu avalias estes três meses na presidência da CEC?

Em primeiro lugar, sempre com muita responsabilidade, né? E sabendo da importância de um presidente de uma comissão permanente da Casa. É a comissão que mais se aproxima dos jovens, justamente pelos aspectos da cultura, do esporte, da inclusão digital e da educação como ferramenta de capacitação dos jovens. Como presidente a gente tenta ser o mais imparcial possível, sempre visando à qualidade da educação, à melhoria da educação. As audiências têm sido eficazes, estamos bem contentes e esperamos que com o projeto “Comissão vai à escola”, que é o projeto de popularização da CEC, tenhamos algo muito positivo com os deputados e a sociedade participando dos debates. Quanto mais os deputados puderem estar in loco é efetivo e eficaz para que tenha um controle para ter uma opinião direta sobre o que está acontecendo.

Com relação à cultura, o que está na pauta da CEC?

“CEC Vai à escola”. “CEC Vai à escola” é um projeto que estimula as atividades culturais. Não apenas um debate, mas algo atrativo pro jovem. Estamos em contato com artistas para darem oficinas de hip hop para sensibilizar. É um estímulo ao jovem, com oficinas de artistas para jovens. Queremos, junto com o debate, fazer apresentações artísticas, com debatedores que possam falar do próprio assunto e possam fazer um resumo do que foi debatido. O legal é que professores e alunos estimulem o tema. Vamos fazer com que a arte se inclua nesse debate, o rap tem essa coisa do repente, assim como os trovadores aqui no Estado, e acho que é uma ferramenta que facilita, que aproxima. Queremos usar teatro Dante Barone e aproveitar esse espaço em atividades que tenham a ver. Os deputados de outras comissões nos procuram com eventos ligados à cultura, querem a Comissão como parceira. Esse somatório de ideias vai potencializar a Comissão.

Com essas atividades e projetos tu acabas fazendo com que artistas também tenham um espaço maior para divulgar seus trabalhos?

Mais que um espaço é uma contrapartida. Acredito muito em leis de incentivo, acredito em fomentar a cultura, mas é um sonho meu: o artista tinha que ter muito mais incentivo, mas tinha que dar uma contrapartida para a educação. O artista que ganha incentivo público, que ele transforme isso em horas de oficina, porque o maior patrimônio que um artista tem não é o financeiro, é o conteúdo cultural desse artista. Ele poder passar isso para os alunos, para uma escola que seja mais atrativa e mais próxima dos jovens. É fundamental e uma ferramenta muito barata. Tu geras um incentivo, mas tu tens uma contrapartida. Tenho certeza que a classe artística ia abraçar isso com muito interesse por se tratar de educação; e é fomentando a educação, levando a cultura e o esporte que a gente muda esse país.

Tem algum projeto para colocar isso em prática?

A constituição estadual não permite trabalhar com ônus para o governo. O que se pode fazer é construir, dialogar e mostrar aos executivos municipal, estadual, federal, a importância dessa contrapartida. Tem que se trabalhar muito para isso acontecer e, pra isso acontecer, precisa ter um executivo que abrace a ideia. Se ele não entender que é preciso criar esses mecanismos para que o artista tenha incentivo, a contrapartida não dá certo. O artista deve ter incentivo e dar contrapartida.

A comissão ganhou cara nova. O que mudou com tua entrada?

É importante manter o respeito, manter o diálogo e respeitar, o espaço democrático que representa a AL e uma comissão permanente. O presidente tem que estar acima de interesses ideológicos e ser mais preocupado em construir um espaço mais popular dentro da CEC e acabo chamando a atenção pela simplicidade, pelo meu jeito de ser e pela espontaneidade, e continuar a ser a pessoa que sou. Quem acredita no meu trabalho espera isso da minha conduta pessoal. O meu grau de responsabilidade aqui dentro é diferente do de um artista. O grau de responsabilidade é diferente, o artista leva entretenimento, mas a responsabilidade torna o parlamentar mais sisudo, e quero continuar sendo a pessoa que eu sou. Mudar não seria nada interessante e contaria pontos negativos em relação ao que represento para as pessoas.

Que impressão teve quando chegou à Assembleia?

Tive uma ansiedade em querer colocar as coisas em prática. A gente vê que é difícil colocar as coisas em prática, mas um artista, um músico que se posiciona de uma maneira imparcial, sempre atendendo às pessoas de uma maneira comum, simples, como sempre atendi, chama a atenção de uma maneira positiva. Espero que seja exemplo para futuros políticos e quem quer se candidatar ano que vem. É importante as pessoas se darem conta que é muito melhor assim, que a gente é mais capaz no momento que se tem uma oportunidade como essa e trabalhar da melhor maneira possível.

Como surgiu a vontade de entrar para política?

O artista é cíclico, tem seu desenvolvimento na arte e na cultura. Entendi que poderia ajudar as pessoas com minha popularidade de outra maneira e mostrar que pessoas com boas ideias na política e que querem debater, que não tem ranço, trazem um jeito diferente de fazer política. No gabinete tem muita gente ligada à cultura, jornalistas e sempre ouvimos quem nos procura.

E a escolha pelo Partido Progressista?

Tem um vínculo familiar e a proposta de desenvolvimento gradual com o Estado necessário, que não é nem o mínimo, nem o máximo, mas o eficaz, que dá uma contrapartida social grande. Eu vejo como um partido que entendeu as prerrogativas do Mano e que vê no Mano uma peça diferente que completa o partido, satisfeito com a índole e a proposta séria de desenvolvimento da maneira correta que espero pro RS.

E como ficou a vida de músico?

A música é minha terapia, minha paixão, não tem como largar o palco. Nos fins de semana, quando tem show, é meu psiquiatra, eu esqueço os problemas e vou ali para cantar, divertir as pessoas e me divertir muito, me completar como ser humano. Existe o Mano Changes músico, o parlamentar e o Diogo Bier, a pessoa física. Eles são muito parecidos, mas cada um se coloca de um jeito apropriado para cada conduta. O Mano Changes músico é mais irreverente, o parlamentar é o idealista, que quer ajudar, contribuir, quer fazer coisas e o Diogo quer ter sua família. Acabo oscilando por essas três personalidades, mas elas se completam para que a gente siga nessa batalha da vida. Uma carrega a bateria da outra e os shows continuam. Basta que entrem em contato e peçam show da Comunidade.

Com a Comunidade Nin-Jitsu, Mano Changes faz sucesso misturando hip hop, funk, reggae, eletrônicos e guitarras, assinando clássicos como “Detetive” e hits como “Chuva nas calcinha”.


Comunidade Nin-jitsu.
Do fotolog comunidade ninja.

Confira a agenda de shows da Comunidade Nin-Jitsu:

31/05 - São Leopoldo
10/06 - Carazinho
20/06 - São Sebastião do Caí


27/05/2009

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