No que diz respeito aos gaúchos, o estilo bossanovístico trouxe
significativa influência para a música urbana. Mas representou
também um papel importante em relação à música
gaúcha de viés folclórico e tradicional, como veremos.
# De início, cumpre lembrar a já mitológica passagem de
João Gilberto pela capital gaúcha (assinalada por Ruy Castro no
seu clássico livro “Chega de Saudade”), que aqui se radicou
durante um período a convite de Luís Telles, seu amigo do conjunto
vocal Quitandinha Serenaders (o nome faz alusão ao famoso cassino/hotel
Quitandinha, de Petrópolis – RJ), que era integrado por três
gaúchos e mais Luis Bonfá (grande violonista, craque da bossa
nova e há muito tempo radicado nos EUA). João Gilberto morou no
Hotel Majestic, travando contato com o poeta Mário Quintana (hoje o imóvel
abriga a Casa de Cultura Mário Quintana, mantida pelo Governo do RS).
E deu canjas por aqui, por exemplo, no Clube da Chave, de Ovídio Chaves
(um dos fundadores do Clube dos Compositores Gaúchos) e também
no Clube do Comércio e em um baile em Bento Gonçalves. Chegou
a se apresentar no programa de auditório de Adroaldo Guerra, na Rádio
Gaúcha, Segundo Rui Castro, o tempo que João Gilberto passou por
aqui serviu para ajudá-lo a ordenar suas idéias, antes de sua
volta triunfal à então Capital Federal, que culminou com a formatação
do novo estilo através de sua “batida diferente”. Um dos
encontros que marcou especialmente João Gilberto, neste período,
foi com o professor e pianista Armando Albuquerque (que chegou a lançar
um LP pela RBS Discos nos anos 80, contendo algumas gravações
de suas peças eruditas), quando comparecia em sua casa do rua Lopo Gonçalves.
Nestas ocasiões, Armando teria mostrado para João Gilberto um
pouco de harmonia impressionista e de outras vertentes mais modernas na música
erudita, contribuindo, de algum modo, para o cabedal de referências do
mestre baiano. Luís Telles também teria chamado a atenção
de João em relação às harmonias dissonantes.
# O Conjunto Farroupilha – formado por Tasso Bangel, Estrela Dalva, Iná
Bangel e Danilo Vidal -, embora seja mais conhecido por seu trabalho de divulgação
de canções do folclore e do tradicionalismo gaúcho, em
um segundo momento “tirou a pilcha” e, trajando roupas “urbanas”,
passou a centrar foco também na bossa nova, chegando a fazer a primeira
gravação oficial em disco do clássico Samba de uma nota
só , de Tom Jobim e Newton Mendonça, a segunda de Dindi, a quarta
de “A Felicidade”, além de registrar “Por causa de
você”. De fato, o conjunto vocal gaúcho, que se transferiu
para São Paulo em 1956, agregou-se à onda de conjuntos vocais
que vicejavam em torno da bossa nova, e gravou inúmeras canções
da bossa nova em seus LPs, dando uma importante contribuição na
divulgação do então novo ritmo. Na década de 80,
o clássico baixista da bossa Sabá, ex-Jongo Trio e Som Três,
chegou a integrar o conjunto.
# A cantora gaúcha Luely Figueiró, que também gravou,
no final dos anos 50, alguns clássicos da música tradicional dos
pampas, trajava um vestido de prenda na capa de um dos seus discos, mas não
se fez de rogada para registrar na mesma bolacha algumas pérolas do repertório
de Tito Madi, etc., recém “saídas do forno”. Também
foi uma das primeiras intérpretes a gravar canções clássicas
de Tom Jobim, como A Felicidade. A canção “O Nosso amor”
foi “estreada” por ela em disco de 1959. Ingressou na Rádio
Gaúcha em 1953, tendo sido eleita Rainha do Rádio do RS. Em 1957
mudou-se para São Paulo, contratada pela Rádio e Televisão
Record, atuando também na TV Tupi. Em 1958 foi eleita a Rainha dos músicos
de São Paulo, pelo Sindicato dos músicos profissionais. Uma bela
morena, Luely foi umas das “certinhas do Stanislaw” Ponte Preta,
famoso cronista carioca, e também uma atriz com grande filmografia no
cinema nacional. Além disso, atualmente é escritora/astróloga.
# De fundamental importância para a propagação do repertório
da bossa nova no RS também foram os conjuntos melódicos. Estes
conjuntos, formados por estudantes universitários e/ou músicos
da noite, não se dedicavam especificamente à bossa nova ou a um
outro ritmo. Sua proposta era tocar música romântica, especialmente
para embalar os casais de namorados em bailes e reuniões dançantes,
tendo ficado famosos os que eram realizados no Salão de Festas da Reitoria
da UFRGS, e em diversos clubes sociais pelo Estado afora. Assim, estas formações,
surgidas a partir de meados dos anos 50, que representaram um enxugamento em
número de integrantes em relação às orquestras,
então dominantes no mercado de bailes, interpretavam a música
brasileira e internacional das paradas de sucesso, em versões cool e
suaves. Vários destes conjuntos eram primordialmente instrumentais, mas
também passaram a incluir crooners. O mais notório destes conjuntos
é o de Norberto Baldauf, que teve uma trajetória discográfica
também expressiva, além de animar milhares de bailes e festas,
e cuja trajetória foi espetacularmente resgatada em livro do jornalista
Marcello Campos. Nestas bolachas lançadas pelo grupo, e pelos demais
conjuntos que chegaram a gravar, há várias gravações
de canções da bossa nova, num formato semelhante ao emprestado
às canções pelos músicos do cool jazz. Um bom paralelo
entre o som feito por estes grupos pode ser estabelecido com o trabalho de João
Donato e seu conjunto (no primeiro disco lançado) e com o grupo de Valdir
Calmon. Estas gravações de músicas da bossa nova foram
importantes para divulgar o estilo no RS, devido à grande popularidade
que detinham estes conjuntos melódicos junto ao público ouvinte.
Ademais, vários dos instrumentistas e cantores de alto quilate ligados
a tais conjuntos tinham formação jazzística e bossanovistica,
sendo bons exemplos neste sentido o pianista Adão Pinheiro (que era do
Flamboyant, que também gravou um LP), Geraldo Flach (que era do conjunto
de Renato), Mutinho (também do Flamboyant), Carlos Calcanhotto (baterista,
pai da cantora Adriana), Nilton e Wilson Baraldo, Canela, Argos Montenegro (pai
do baterista Zé Montenegro), Nenê, Mamão, Edgar Pozzer,
Sabino Loguércio, Léo Belloni, etc. De fato, os conjuntos melódicos
reuniam muitos “cobras”, entre instrumentistas e cantores de grande
fundamento. Elis Regina chegou a apresentar-se em bailes com algumas destas
formações. Além do conjunto de Baldauf e o Flamboyant,
inúmeros grupos formaram-se pela Capital e pelo Estado afora, tais como
Renato e seu Conjunto, Flamingo, Conjunto João Roberto, Primo e seu conjunto,
dentre muitos outros. Até o saxofonista/escritor Luis Fernando Veríssimo
e o baterista/humorista Renato Pereira estavam nesta onda dos conjuntos melódicos.
Foi neste esquema dos conjuntos melódicos que surgiram dois instrumentistas
gaúchos que obtiveram grande reputação nacional e internacional,
gravando discos no Brasil, e se radicando inclusive nos EUA. Manfredo Fest e
Breno Sauer, dois grandes pianistas, tinham seus conjuntos melódicos
e, reunindo sempre ótimos instrumentistas, lograram registrar LPs lançados
ainda no Brasil nos anos 60 que hoje são “caçados”
como verdadeiras relíquias pelos colecionadores em todo mundo, e objeto
de relançamento em CD por selos britânicos e americanos, isto sem
falar em seus discos gravados e lançados no exterior, alguns que inclusive
não chegaram por aqui. Sua atuação no centro do país,
agregando-se aos principais artistas ligados à bossa nova, mesmo antes
de se radicarem na América do Norte, gravando discos e participando de
shows, garante-lhes um expressivo espaço no panteão dos grandes
deste estilo.
# A bossa nova no RS, assim como no centro do país, também teve
aqui seu viés universitário, com mostras e festivais competitivos,
reunindo instrumentistas, cantores e compositores. Merece especial destaque,
na divulgação do estilo, o Arquisamba, mostra de bossa nova organizada
pelo pessoal do DAFA (Arquitetura da UFRGS). O primeiro Arquisamba, realizado
em 1965, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS, trouxe para Porto Alegre
Baden Powell, Sylvia Telles, Edu Lobo, Tamba Trio e Aloysio de Oliveira; em
1966, quando o show foi realizado no cinema Cacique, vieram Chico Buarque, Nara
Leão, Quarteto em Cy e Bossa Jazz Trio; o terceiro show, em 1967, também
realizado neste cinema, contou com Oscar Castro Neves, Quarteto em Cy, MPB4,
Sidney Miller, Vinícius de Moraes e os gaúchos do Adão
Pinheiro Trio; o quarto, promovido em abril de 1968, teve Baden Powell, Edu
Lopo, Gracinha Leporace, Oscar Castro Neves trio, Quarteto em Cy, Sidney Miller
e Stanislaw Ponte Preta.
Dos Arquisamba, o pessoal do DAFA partiu para a organização dos
famosos Festivais da Arquitetura, realizados na modalidade que estava então
consagrada no centro do país, com eliminatórias classificatórias,
premiação, transmissão da TV e da Rádio Gaúcha....
enfim, eram festivais de cunho competitivo, apresentados no Salão de
Atos da Reitoria da UFRGS. O evento foi denominado como “Festival Universitário
da Música Popular Brasileira”, e teve duas edições.
O Festival de 1968 teve feição bossanovista, e contou com artistas
do centro do país, além de vários gaúchos. Vieram
para Porto Alegre Paulinho Tapajós, Arthur Verocai, Beth Carvalho e Eduardo
Conde, dentre outros. Foi lançado pela gravadora Philips um LP contendo
as treze músicas finalistas, que foi gravado no Rio, sendo que os compositores
e cantores daqui não participaram da gravação. Foram convidados
para o registro sonoro artistas/cantores que estavam despontando no centro do
país. Das canções finalistas/classificadas, que constam
do LP, nove eram de gaúchos: “Você, por telegrama”
(de Laís Marques, cantada por Joyce); “Quem vem lá”
(também de Laís, cantada por Sônia Lemos); “A caminho
de casa” (outra de Laís, intepretada por Magda); “Samba do
Cotidiano” (de César Dorfman, cantada por Paulo Marquez); “Jogo
de Viola” (primeiro lugar no festival, de João Alberto Soares e
Paulinho do Pinho, cantada por Edu Lobo e Lucelena, que viria a ser a Lucina
da dupla Luli e Lucina); “Canto do Encontro” (de Wanderley Falkenberg,
cantada pelo “Momento 4”, do qual participavam Zé Rodrix);
“Canção do Entardecer” (também de Wanderley,
cantada por Lucelena); “Fantasia Urbana” (de César Dorfman,
cantada por Mércia); “Sim ou não” (de Raul Ellwanger,
cantada por Junaldo). Dos artistas “de fora”, cujas canções
foram gravadas no LP, cumpre salientar “Domingo Antigo”, de Arthur
Verocai e Arnoldo Medeiros, gravada no LP por Gal Costa.
Nas eliminatórias e finais, constaram canções como: Por
causa sua (Mauro Kwitko/Paulo Pompeu, que ganhou o Festival do Colégio
Bom Conselho de 1968, mas “não levou”, pois os autores eram
universitários; o prêmio ficou mesmo com o conjunto Musikkorps,
com a canção “Com Clarissa”)/ Zé do 13 (Raul
Ellwanger, acompanhado de Os Redondos)/ De Rodeio (Geraldo Flach, cantada por
Maria de Lourdes, que foi “iniciada” no violão por João
Gilberto, em 1954)/, Canto do Encontro (cantada por Jussara e Marli) e Rancho
do amor momento (interpretada por Lucinha, do Grupo Manifesto, do RJ), ambas
de Wanderley Falkenberg/ Rosinha Rose (João Alberto Soares, cantada por
Paulo Roberto)/ Quem vem Lá (Laís Aquino Marques), Boa Nova (Maria
de Lourdes Flach, apresentada por Renato e seu conjunto); Fantasia Urbana (César
Dorfman), dentre outras. Jogo de Viola, que venceu o festival, foi interpretada
no certame por Érika Norimar e Sabino Loguércio.
No II Festival da Arquitetura, de 1969, do qual também participaram
universitários de todo o país, e grandes nomes como Joyce, Nana
Caymmi, Paulinho Tapajós, Danilo Caymmi, Zé Rodrix, etc., foram
mostradas canções como Último Adeus (Geraldo Flach), Pelas
Estradas do meu sonho (Paulo Dorfman), Redemoinho (Geraldo Flach e João
Alberto Soares), Girança (Renato César Filho e Telmo Kothlar,
cantada por Eliana Chaves, ou Nana Chaves/Ellwanger), Canto para duas incertezas
(Carlos Barzcht), dentre outros. Mas esta segunda edição foi dominada
pela Tropicália, que venceu com “Por Favor Sucesso” (Carlinhos
Hartlieb com acompanhamento do Liverpool – ver nosso texto sobre o Tropicalismo
Gaúcho em http://bandasdorockgauchoforever.musicblog.com.br )
# O Festival Sulbrasileiro da Canção, que teve três edições
(67/68/69), e que era transmitido pela TV Gaúcha, também foi palco
privilegiado para a divulgação do trabalho dos compositores, instrumentistas
e intérpretes gaúchos ligados à bossa nova. Este festival
era de caráter aberto, participando compositores dos mais variados estilos.
Girou em torno do samba canção, da marcha rancho, da toada, da
samba tradicional e da bossa nova, mas na última edição
também teve um pouco da Tropicália. Inclusive Lupicínio
Rodrigues e Alcides Gonçalves participaram, e até o carioca Zé
Keti concorreu no primeiro, realizado em 1967. Este certame foi vencido pela
gaúcha Rosa Maria, com a interpretação de Vera Beatriz
para a música “Cantiga da Menina”. Luiz Mauro, com “Marcha
para um novo amor”, ficou com o terceiro lugar. Alguns dos destaques foram
“Batucada” e “Canto de Chegar”, ambas de João
Palmeiro e Ivaldo Roque, interpretadas pelo “Canta povo”; “Razão
de Ventar”, de Cláudio Siega; Vai em frente (Ney Chryst), com Renato
e seu conjunto; Maria da Conceição (Victor Graeff Jr.). Desta
edição foi editado um LP pela gravadora gaúcha CSB Discos,
dirigida pelo cantor Rubens Santos, parceiro de Lupicínio Rodrigues (este
LP é uma das “jóias da coroa” de nossa coleção,
e vamos fazer um especial rodando o seu conteúdo no programa “Paralelo
30”, na Rádio Buzina do Gasômetro (http://www.buzinadogasometro.com.br
).
Em 1968, o Festival teve canções como: Carroceiro (Mutinho);
Amanhã de manhã e o Gaúcho (segundo lugar, que a classificou
para o festival da TV Excelsior, o Brasil Canta no Rio); Tempo de Partir (Sérgio
Napp); Samba da Borges (João Palmeiro/Mutinho); Censura Contra Senso
(Bayard Seganfredo); Jogo de Viola (Paulinho do Pinho e João Alberto
Soares); Viva a paz (Ivaldo Roque/Manoel Chotguis); Eu e você/ Fim de
Madrugada/ Meu olhar (Luiz Mauro); Paz no mundo (Ney Christ); Toadinha (César
Dorfman, apresentada por Sonia e Carmen); Distância (Luiz Marcírio
Machado e Ivan Fetter); Strip tease (Sérgio Reis). Embora a grande quantidade
e qualidade das canções bossanovistas, o festival foi vencido
pelo genial sambista da “velha guarda” Túlio Piva, com seu
indefectível “Pandeiro de Prata”. “O Sonho” (César
Dorfman) ficou com o terceiro lugar.
Em 1969, última edição do festival, concorreram canções
como: Em Porto Alegre (João Palmeiro/Paulinho do Pinho); Nossa manhã
de amor/ Chica Maria (Luiz Mauro, esta última foi a primeira colocada);
Lua Amarela/ noite branca/ outra vez (César Dorfman); Viandante (Sérgio
Napp); Ontem, hoje e sempre (Raul Ellwanger/Telmo Kothlar); Mamamita (Homero
Lopes Filho); Menina Flor (Ney Christ, cantada por Luiz Mauro); Memórias
(Paulo Dorfman/Sérgio Napp).
Grandes intérpretes ficaram encarregados de apresentar as músicas,
quando não eram cantadas pelos próprios compositores, tais como
Edgar Pozzer, Érika Norimar, Sepé Tiaraju de Los Santos, Lucia
Maria, Paulo Roberto, Sabino Loguércio, Vera Beatriz, Trio Mayagô,
Trio Arpege, dentre muitos outros.
# Permeando toda esta movimentação, articulou-se a Frente Gaúcha
de Música Popular, que resultou, imediatamente, em um show organizado
pela Cia. Jornalística Caldas Júnior (Correio do Povo) no ginásio
do Grêmio Náutico União, realizado em 1968. Na primeira
parte do show, apresentaram-se músicos gaúchos veteranos e novatos,
e na segunda parte a apresentação ficou a cargo de Elis Regina.
A Frente reuniu músicos de diversas escolas e vivências, reunindo
o pessoal da bossa nova (que articulou fundamentalmente o movimento) aos músicos
da noite e de conjuntos melódicos, além de compositores diversos,
inclusive alguns dos então novatos tropicalistas gaúchos.
# De fundamental importância é referir a figura do maestro Radamés
Gnatalli. Este gaúcho que deixou Porto Alegre para radicar-se no Rio
de Janeiro ainda quando bem jovem, e de formação erudita, fui
um dos principais arquitetos da música popular brasileira em seu período
“clássico”. Os seus arranjos foram de fundamental importância
para a formatação instrumental de estilos como o samba, o choro
e o samba-canção, que valorizava com suas orquestrações
que marcaram época na “Era de Ouro do Rádio” das emissoras
cariocas tais como as rádios Nacional, Tupy e Mayrink Veiga, e, por decorrência,
em todo o Brasil. Radamés foi um dos principais arranjadores da gravadora
Odeon, dentre outras, e sua última atividade remunerada foi como maestro
da Rede Globo. Suas composições eruditas e populares (especialmente
no âmbito do choro) vem obtendo mais e mais repercussão à
medida que o tempo passa, devido à grande riqueza e criatividade de sua
obra autoral, de largo espectro estilístico. Tom Jobim era seu discípulo,
e até o final de sua vida rendeu loas ao mestre gaúcho, que o
influenciou tanto no segmento popular, como em sua produção erudita.
# Elis Regina - embora seja apontada por alguns como portadora da verdadeira
antítese do canto bossanovístico, conforme já destacamos
-, em verdade insere-se na grande diversidade de estilos dos cantores que se
dedicaram a interpretar e gravar as canções da bossa nova. Cantora
de grandes recursos e de enorme versatilidade, soube dar o tom certo exigido
pelas canções da bossa que registrou em sua infindável
discografia, sendo de destacar, naturalmente, o antológico LP que gravou
em conjunto com Tom Jobim, já nos anos 70, registrando diversas canções
do mestre, dentre elas, a indefectível “Águas de Março”.
Ainda antes de estourar nacionalmente com “Arrastão”, desfraldando
a bandeira da bossa engajada, Elis registrou o trabalho de diversos compositores
gaúchos em seus primeiros discos, sendo que dentre eles havia vários
bossanovistas, tais como Luiz Mauro, Mutinho, João Palmeiro, Geraldo
Flach (em parceria com o carioca Arthur Verocai, na canção “Novo
Rumo”), e Sérgio Napp.
# Geraldo Flach: Um dos mais consagrados pianistas do RS, e grande nome de
nossa música instrumental, além de reconhecido compositor, iniciou
sua trajetória precocemente, aos 14 anos. Ingressou no conjunto de baile
de Renato, nos anos 60, e, com um trio (ele ao piano, mais baixo e bateria),
apresentou um programa na TV Piratini, participando também do programa
“O piano em destaque” na Rádio Difusora. Em 1964, foi premiado
como o melhor solista do II Festival de Jazz e Bossa Nova, realizado em Tramandaí,
e produzido pelo radialista e apresentador Glênio Reis. Enveredando pela
composição, formou diversas parcerias, e participou de diversos
festivais a nível local e nacional, tais como o I Festival Universitário
de MPB (Festival da Arquitetura de 1968); I Festival Universitário da
Guanabara, em 1968, com "Um novo rumo", em parceria com o carioca
Arthur Verocai, que foi gravada por Elis Regina; II Festival Universitário
da MPB (O segundo festival da Arquitetura); III Festival Universitário
da Guanabara, em 1970; MPB 80 (Rede Globo de Televisão, em 1981); Grito
de Alerta (Porto Alegre/1982), com "Quintana", parceria com João
Alberto Soares, tirando o primeiro lugar, com interpretação de
Nei Lisboa; Festival dos Festivais (Rede Globo/1985), dentre vários outros
certames. Integrou a "Frente Popular Gaúcha de Música Popular"
e o movimento "Musica Nossa", no Rio de Janeiro. Já se apresentou
em conjunto com nomes como Ivan Lins, Rosinha de Valença, Lucinha Lins,
Djalma Corrêa, Nana Caymmi, dentre inúmeros outros grandes nomes
de expressão nacional e local. Um dos mais atuantes músicos do
Estado, Geraldo já lançou diversos LPs e CDs instrumentais, tendo
atuado como representante gaúcho no “Free Jazz Festival”,
quando o evento teve Porto Alegre também como uma de suas sedes. Geraldo
também destaca-se como autor de trilhas sonoras e jingles. Como diretor
artístico da gravadora ISAEC, selo totalmente gaúcho dos anos
70, Geraldo foi o responsável, dentre inúmeros lançamentos,
pela produção do disco (LP duplo) “Música Popular
Gaúcha”, um dos mais importantes registros fonográficos
já lançados em todos os tempos em solo gaúcho. Graças
a este empreendimento, diversas canções que se destacaram nos
festivais mencionados foram devidamente registradas, permitindo que a nossa
memória musical não se esvaísse.
# Adão Pinheiro/ Paulo Pinheiro: pertencentes a uma família musical
(além deles, os outros irmãos, Hélio e Edy (este já
falecido), também são músicos destacados), os dois pianistas
tem uma longa folha de serviços prestados à música de Porto
Alegre. Adão, que fez parte do lendário conjunto Flamboyant, atualmente
é responsável pelas teclas do conjunto Jazz 6, integrado, dentre
outros “cobras”, pelo escritor e saxofonista Luís Fernando
Veríssimo, o qual já lançou alguns CDs, com interpretações
de clássicos do jazz e da bossa nova. É um dos principais instrumentistas
gaúchos que transita neste universo jazzístico e bossanovista,
e já acompanhou nomes como Wilson Simonal, Elis Regina, Altamiro Carrilho
e Nelson Gonçalves. Paulo Pinheiro, além de pianista, foi proprietário
do legendário bar “Alambique’s”, casa que recebeu inúmeros
nomes de prestígio da MPB e da bossa nova, tais como Pery Ribeiro, Leni
Andrade, Tito Madi e Dick Farney, e que foram acompanhados pelo anfitrião.
# Sérgio Napp: no início de sua atividade como compositor, nos
anos 60, Napp foi bastante influenciado pela bossa nova, o que refletiu em suas
canções da época. É o caso da canção
“Pequeno Sol”, com a qual ganhou o Festival de Novos Compositores
do RS, da TV Piratini; esta música, que foi posteriormente gravada por
Hebe Camargo, obteve a sétima colocação no Festival “Um
milhão por uma canção”, realizado no Rio de Janeiro.
Em 1964, Elis Regina gravou “Meus Olhos”, Tito Madi registrou “Pra
que mentir”, e Marisa Barroso “Vou ficar com você. Em 1968,
participou do II Festival Sul-brasileiro da Canção e do Festival
Internacional da Canção (FIC) com a música “Tempo
de Partir”, que foi gravada por Clara Nunes e Walter Matesco. Em 1969,
obteve a quinta colocação no Festival Sul-brasileiro da Canção
com “Memórias”, música feita em parceria com Paulo
Dorfman. Nos anos 80, destacaram-se suas composições na seara
nativista, feitas em parceria com Mário Barbará, César
Dorfman, Vinicius Brum, dentre vários outros parceiros, e pelas quais
Napp é mais conhecido como letrista. Individualmente, Napp lançou
um LP e três CDs. O último CD, lançado recentemente, resgata
sua fase bossanovista, com brilhantes interpretações da cantora
Ângela Jobim e arranjos de New.
# Luiz Mauro: pai do tecladista de jazz/bossa Luis Mauro Filho, Luis Mauro
teve duas canções imortalizadas em disco por Elis Regina: Mania
de gostar / Sem teu amor. Foi figura destacada nos festivais antes mencionados.
# Mutinho (ou Lupicínio Rodrigues Sobrinho), após tocar em conjuntos
melódicos e no Canta Povo, radicou-se no centro do país, assumindo
a bateria do conjunto de Toquinho e Vinícius. Com Toquinho, especialmente,
mantém uma parceria musical muito profícua, sendo um dos autores
do clássico “Aquarela”, dentre diversas outras músicas
compostas pela dupla.
# Ivaldo Roque, exímio violonista popular e clássico, fundou,
junto com o maestro Zé Gomes (pai do baixista André Gomes, do
Cheiro de Vida), Darcy Alves e outros professores, o Clube do Violão,
nos anos 60, que funcionava na Galeria Chaves, que foi um verdadeiro centro
de irradiação das harmonias e ritmos da bossa nova para o pessoal
que pretendia fazer música e aprofundar-se no instrumento à época.
Posteriormente foi professor do Palestrina.
Em 1966, foi um dos criadores do grupo “Canta povo”, de que participou
junto com Giba Giba, João Palmeiro, Laís Marques, Sílvia,
Celso Marques e Mutinho. Na década de 70, Ivaldo formou, ao lado de Jerônimo
Jardim, o grupo Pentagrama (além dos dois, as cantoras Loma e Yoli (também
baterista), e Tenison Ramos no baixo). O Pentagrama foi um dos melhores grupos
vocais da história da música gaúcha, sendo uma verdadeira
seleção de craques. Provavelmente tenha sido o grupo que com maior
radicalidade e ousadia procurou fundir o elemento nativo gaúcho aos avanços
melódicos e harmônicos surgidos na MPB a partir da bossa nova.
De fato, os arranjos vocais e as harmonias instrumentais são de grande
complexidade, com muitas dissonâncias, dando um efeito de rara beleza
na fusão da estética bossanovista aos ritmos e a temática
próprios à música nativa e tradicional do RS. Mas, concomitantemente,
o grupo também manteve um viés urbano, em decorrência da
ampla atuação de seus membros em diversas frentes, dentre elas,
a noite portoalegrense e o ambiente das escolas de samba.
# João Palmeiro, além de haver integrado o Canta povo, é
compositor de diversas canções no estilo da bossa nova, tais como
Outono (em parceria com Ivaldo Roque) e O Orvalho e a Rosa (em parceria com
Mutinho), dentre muitas outras. A sua bossa “Formiguinha Triste”
foi gravada por Elis Regina. Em 2001, num magnífico trabalho de resgate
capitaneado pela cantora/produtora cultural Maria Lúcia, com direção
artística de Toneco, financiado pela Prefeitura de Porto Alegre, foi
editado um CD com músicas do compositor e seus parceiros interpretadas
por ele próprio e um “timaço” de intérpretes
e instrumentistas, tais como Glória Oliveira, Geraldo Flach, Fernando
do Ó, Chico Gomes, Beto Bollo, Flora Almeida, Fátima e Heleno
Gimenez, Zé Caradípia, Evaldo Guedes....
# Jerônimo Jardim, em sua carreira solo, manteve a “receita”
do Pentagrama, mesclando uma forte influência bossanovista ao universo
da música gaúcha, sem deixar de cuidar de sua produção
MPBista, também de grande qualidade, e que lhe valeu destaque nacional,
especialmente ao vencer um Festival da Rede Globo nos anos 80, com a música
Purpurina, em interpretação de Lucinha Lins. Em sua carreira solo,
Jerônimo lançou vários discos (o primeiro LP foi pela ISAEC),
construindo uma obra plural e sólida, valendo-se quase que invariavelmente
das harmonias complexas de filiação bossanovista. Um grande exemplo,
neste sentido, é a canção “Moda de Sangue”,
parceria sua com Ivaldo Roque, que foi registrada magistralmente por Elis Regina.
# Raul Ellwanger destacou-se ainda no final da década de 60, participando
dos Festivais da Arquitetura e Sulbrasileiro da Canção. É
um dos nomes gaúchos ligados à “bossa engajada”, e
conseguiu um resultado de excelente qualidade em suas canções
mesclando a estética da bossa aos temas regionais. Apresentou-se no Festival
da TV Excelsior “O Brasil canta no Rio”, de 1968, para o qual se
classificou no Festival Sulbrasileiro, com a música “O Gaúcho”
(há duas gravações, uma com Raul, os Redondos e Homero
Lopes Filho, e outra, com os mesmos acrescidos de orquestra, com arranjo de
Paulinho Machado e solo de Copinha). Segundo Raul, esta canção
teve a sua originalidade ao praticamente inaugurar a “projeção
folclórica”, “escaninho” que depois virou uma das “linhas”
de premiação da Califórnia da Canção de Uruguaiana,
e também por ser uma música de protesto, o que não era
comum aparecer em nosso cenário à época. Esta canção
foi incluída no CD “Boa Maré”, lançado em 2004
por Raul, que contém outra música marcante daquele período,
“Rosinha”. Devido à sua militância política,
teve que se exilar inicialmente no Chile, o que o impediu de apresentar a canção
“Amanhã de Manhã” no Festival de 1969. Após
a queda de Allende, Raul exilou-se na Argentina, onde manteve contato estreito
com Vinícius de Moraes, Toquinho, Ferreira Gullar, dentre outros brasileiros
ilustres. Em 1977 retornou ao Brasil, voltando a radicar-se em Porto Alegre,
e conhecendo a partir de então grande sucesso, especialmente por sua
canção “Pealo de Sangue”, um verdadeiro hino porto-alegrense
e gaúcho. Suas músicas já foram gravadas por grandes nomes,
tais como Mercedes Sosa e Elis Regina. Para conhecer mais de sua obra, visite
o site http://www.raulellwanger.com.br
# Wanderley Falkenberg: A exemplo de Laís Marques, Wanderley inicialmente
esteve ligado à estética da bossa nova, sendo, posteriormente,
um dos principais nomes do Tropicalismo gaúcho (ver texto nosso a respeito,
em http://bandasdorockgauchoforever.musicblog.com.br ). É dele a bela
“Canto do Encontro”, registrada no LP do Festival da Arquitetura
pelo “Momento 4”, e de “Canção do Entardecer”,
gravada por Lucina, conforme destacado acima. O mais conhecido clássico
de Wanderley é “Lugarejo”, canção feita em
parceria com Giba-Giba.
# Nenê (Realcino Lima Filho): o baterista Nenê surgiu também
no cenário musical gaúcho nos anos 60, participando de conjuntos
melódicos e festivais. É atualmente um dos grandes nomes da música
instrumental brasileira, além de destacado compositor de canções
de inspiração bossanovista (ele é também pianista).
Já tocou com feras do quilate de Egberto Gismonti, Hermeto Paschoal,
Paulo Moura, Pau Brasil, e acompanhou Milton Nascimento, Gal Costa, Maria Bethânia,
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dick Farney, Ângela Maria, etc. Desde 2001
vem se apresentando com o seu trio em festivais de jazz pelo Brasil e pelo mundo.
Um dos destaques de sua discografia é o LP (relançado em CD) Minuano,
em que expõe as suas raízes gaúchas, ao lado de inúmeras
referências. Residiu por 12 anos em Paris. http://www.myspace.com/nenebaterista
# Paulinho do Pinho: Vencedor, em parceria com João Alberto Soares, do
Festival da Arquitetura de 68, com “Jogo de Viola”, gravada por
Edu Lobo e Lucina. Grande violonista, está radicado em Buenos Aires desde
o início dos anos 70, tendo gravado alguns discos pela Philips argentina.
Continua em plena atividade musical na capital portenha.
# Érika Norimar: cantora que, a exemplo de Elis Regina, foi revelada
no programa “O Clube do Guri”, de Ary Rego, na Rádio Farroupilha.
Destacou-se nos festivais gaúchos antes mencionados, sendo convidada
para gravar pela gravadora Continental um LP. Além de canções
clássicas da bossa nova, registrou a magnífica canção
“O Sonho”, de César Dorfman, realmente um dos clássicos
da bossa nova gaúcha. Érika gravou na bolacha, ainda, músicas
de Sidney Miller, Danilo Caymmi/Paulinho Tapajós/Edmundo Souto, Sérgio
Bittencourt, Ataulfo Alves/Carlos Imperial, Irney Reis, Marcos e Paulo Sérgio
Valle, Fernando César e Elisabeth, e também dos gaúchos
Wanderley Falkenberg (Canto do Encontro) e Túlio Piva (Pandeiro de Prata).
Gravou em 69, compactos com as música “Menininha Madrugada”
e “Tempo”, “Você passa eu acho graça” (Laís
Marques), “Jogo de Viola”, “Fala Moço” e “Antônio
desfilando”. Érika de há muito tempo está radicada
no exterior, tendo passado, dentre outros lugares, pela França, e atualmente
mora nos Estados Unidos, onde dá continuidade à sua exitosa carreira,
transitando pelo circuito jazzístico. Já gravou no exterior vários
CDs, um deles com o grupo Brazilian Explosion.
# César e Paulo Dorfman: arquiteto e compositor, César (pai de
Lúcio Dorfman, ex-Engenheiros do Hawaii) foi, ao lado do irmão
Paulo Dorfman (pai do tecladista Michel Dorfman e do baixista Jorge Dorfman,
ambos geniais), um destacado representante da Bossa Nova gaúcha. Integrante
do clã musical, ainda, não podemos esquecer da grande cantora
Charlotte Dorfman (mãe de Michel e Jorge), recentemente falecida. O conjunto
Mutirão, que os irmãos mantinham, foi um dos destaques nos Festivais
de Bossa Nova realizados pelo Círculo Social Israelita nos anos 60 (era
integrado também por Renato Axelrud, José Sinowetz, Moisés
do Cavaquinho, Ivaldo Roque, Manoel Chotguis e Alberto Grobocopatel). César
classificou diversas canções suas para os festivais locais mencionados,
da qual se destaca “O Sonho”. Estabelecendo diversas parcerias,
tem participado como compositor desde então de festivais de música
da capital e do interior do Estado, figurando uma canção sua inclusive
no CD do concurso “Uma canção para Porto Alegre”.
Paulo Dorfman, maestro, arranjador e pianista, é um dos principais nomes
do jazz e da bossa gaúchos de todos os tempos, e foi o organizador da
OPPA (Orquestra Popular de Porto Alegre), uma verdadeira “big band”
que reuniu inúmeros instrumentistas jazzistas sulinos.
Além destes nomes, que são apontados como uma mera amostra da
influência da bossa nova na música gaúcha contemporânea,
impende referir diversos músicos surgidos nos anos 70, que também
se referenciaram, em maior ou menor instância, na estética em destaque:
Fernando Ribeiro (falecido há poucos anos, lançou um LP pela EMI-Odeon,
em 1977, cujas letras eram elaboradas por Arnaldo Sisson e Dedé Ribeiro,
dentre outros), Toneco (exímio violonista em plena atividade em diversos
trabalhos na capital gaúcha, especialmente no “Arrabalero”,
de Dudu Sperb), Maria Lúcia (cantora que vem se dedicando ao resgate
da obra de autores como Wanderley Falkenberg, Giba Giba, Toneco, etc.), Zé
Caradípia, Denise Lahude, Denise Tonon, Mauro Rotenberg, dentre diversos
outros nomes. Na cena atual, vemos a influência da bossa permear trabalhos
como os dos saxofonistas Pedrinho Figueiredo, Paulo Lata Velha, Cláudio
Sander e Luisinho Santos, da pianista e compositora Bethy Krieger (piano), os
grupos Delicatessen, bem como das cantoras Patrícia Mello, Flora Almeida,
Danni Calixto, Marisa Rotenberg, Renata Adegas, Adriana Calcanhotto, Alessandra
Verney, Ângela Jobim, somente para ficarmos em alguns nomes, dos compositores
e instrumentistas New e Luis Mauro Vianna, dos cantores Marcelo Delacroix, Paulo
Rosa e Márcio Celi, os guitarristas James Liberato, Jefferson Marx, Alegre
Corrêa (radicado na Áustria), Antônio e Gastão Villeroy
(radicados no Rio), dos pianistas e compositores Fernando Corona, Dudu Trentin,
Rafael Vernet, dentre muitos outros.
Caro Rogério, gostaria de saber o que aconteceu com o conjunto "bossa sul", e principalmente com sua vocalista Maria Abigail,garanto-lhe que não só eu, mas tbém uma legião de fãs, gostaria de ter essa informação,pois a voz dela ainda é muito lembrada,por aqui o RJ. Abraços e parabéns pela iniciativa...viva o RGS viva o Rio Grande Chê....!!!
alexandre de a. c. helmholtz, rio de janeiro 28/03/2020 - 18:32
Voce deveria ter a sensibilidade mínima de me procurar para não divulgar falsas informações a meu respeito, como sobre o grupo mutirão e principalmente sobre o cd uma canção para porto alegre, no qual sou eu quem participa e jamais meu irmão.
E também não deveria se afirmar como cantor.
paulo dorfmann, porto alegre 25/10/2012 - 07:55
Rogerio entrei para procurar Gustavo Baraldo meu primo,e o que encontro o nome de meu tio(Wilsom Baraldo, irmão de meu pai Niltom Baraldo guitarrista do Flamingo,Sumerval Baraldo baterista e irmão de meu pai também do Flamingo mas ñ para por ai,tinha também meu tio maestro, Cadiz baraldo.Agora estão em Sampa Renato Baraldo meu irmão e meu primo Gustavo Baldo grande musico completo,quitarrista,tecladista,baixo e percisionista.Cara foi um prazer encontrar vc,e ver que existem pessoas que ñ esquecem nossas raizes e grandes músicos como foram todos meus familiares citados em seu documento.E ñ esqueça que também sou uma Baraldo.E fique vc sabendo que existem ainda um grande violinista e cantor Claudio baraldo e seu irmão Sergio Baraldo saxofonista ambos filhos de Sumerval Baraldo que além de baterista também um grande cantor,ñ perdendo nem um pouquinho para Dic Farnei.Tivemos também na família outro grande maestro Wilsom Baraldo,tds filhos de um violinista maravilhoso meu Avô Florencio Baraldo.Então ai esta minha grande família Baraldo.Nossa esqueci de Tiago Baraldo que músico da OSPA e uma orquestra na Rússia,onde passou em primeiríssimo lugar,ufffa acho que ñ esqueci de ninguem,assim espero.Aguardo ansiosa seu contato,Boa Noite 17/08/2012.
Gislene Baraldo, Cidade atual So Paulo-natural 17/08/2012 - 23:15
e os bateristas gaúchos? Dizem que o que tocava com Breno Sauer era espetacular. Quem era? Mutinho era o Baudof? Quem era? Temos muitos ritmistas ; Chaplin entre vários outros quesbiram pra Rio/São Paulo. Temso Caco Velho, que fez suceso em São Paulo. E o Canela? É um acordeão citado pelo Dominguinhos, como grande músico, admirável.Aliás Rio Grande é terra de acordeon, nas bailantas e nos conjuntos melódicos, tocada com talento.
jorge freitas, Braslia 05/05/2012 - 04:59
lindo tudo que foi lembrado e um grande acervo musical.sou amiga do paulo pinheiro tem muitos anos.
carmen vera kallil saad, palmas to 07/03/2012 - 18:33
ESTOU PESQUISANDO MATERIAL PARA UM LIVRO QUE VAI ENFOCAR 500 LETRAS DOS PRINCIPAIS
FESTIVAIS REALIZADOS NO BRASIL 1965-1985.O TEMA CONSTARÁ DE OUTROS ASSUNTOS:CURIOSIDADES,BIOGRAFIAS,DISCOGRAFIA ETC.ÉMUITO BOM VER MATERIAL COMO ESSE.PARABÉNS.
JEILSON BORGES LIMA, SALVADOR-BAHIA 17/12/2010 - 16:17
Fiquei muito feliz por ver que mesmo após tantos anos longe de P.Alegre meu querido irmão( e mais muitos dos citados)ainda são lembrados. Valderez
Valderez Falkenberg, Porto Alegre 18/01/2010 - 17:21
Rogério,
Tava procurando coisas sobre bossa e dei de cara com teu material: sensacional, cara.Tu me transportou lá prós anos 60/70 ao natural e me emocionou muito ao citar fatos e pessoas com quem convivi.
Tomara que saia teu livro.Precisamos deste documento para manter acesa a chama da pegada musical da cidade.
João Carlos Biernat,
joao carlos biernat, Porto Alegre 08/11/2009 - 12:08
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