O técnico Carter, interpretado por Samuel L. Jackson, já imaginava o que encontraria pela frente, ao aceitar o comando do time de basquete juvenil do colégio Richmond.
Ao contrário do que seus jogadores poderiam imaginar, era que Carter chegaria ao primeiro dia de treino, despejando desejo de disciplina e bom comportamento nas dependências do ginásio da escola. Tarefa árdua, pois o colégio mantinha o retrospecto negativo na formação de seus alunos. Muito por conta do fato de se localizar em uma região com altos índices de criminalidade, mas também, pela displicência e falta de atenção administrativa escolar ao interesse de seus formandos. Antes de Carter, o time estava em declínio, perdia grande parte de seus jogos. Após a entrada do novo técnico, já em seu primeiro jogo, resultados positivos vieram. Rapidamente conquistaram mais e mais vitórias, o que era improvável anteriormente se tornou cativante aos olhos de suas famílias, do técnico, até mesmo de times adversários. Os garotos de Richmond, os Oilers, assim chamados, tornaram-se invictos em boa parte daquele ano. Não bastasse isto, Carter queria ver seu time campeão nas quadras de basquete, mas também, e fundamentalmente, nas quadras de aprendizado de uma sala de aula. Com a informação de que seu time não estava atuando de maneira honesta, deixando de frequentar as aulas, o que era essencial na política de Carter para seus jogadores, decidiu que as portas do ginásio seriam fechadas, até que as notas de seus rapazes fossem recuperadas por próprio esforço. Segundo as convicções do técnico, este era um requisito básico, para que se mantivesse a integridade de seus alunos perante a sociedade que os sufocava negativamente.
O que podemos presenciar nesta incrível e estimulante história real, é que não basta termos os melhores alunos no que se refere à prática esportiva. Mas que quando o esporte se alia aos bons rendimentos acadêmicos, a possibilidade de um aluno poder ampliar o seu leque de oportunidades é indiscutivelmente maior. Quando unimos o interesse pelas jogadas ensaiadas e cestas de três pontos que enchem os olhos dos espectadores, ao conhecimento variado no campo das disciplinas aplicadas dentro de uma sala de aula, por professores capacitados e instruídos, podemos alavancar o que temos de melhor, despertando-nos para o terreno da jogada mais bem produzida por alguém: a honestidade. Assim como o comprometimento, responsabilidade, respeito, altruísmo. Também na possibilidade de não se afixar nos campos do esporte, o aluno estar pronto para preparar-se universitariamente, ou para um futuro e competitivo mercado de trabalho.
O esporte certamente e decididamente é uma das maiores ferramentas de inclusão social, disciplinadora, integradora, libertadora que existem. Mas o poderio e os benefícios de todo e qualquer esporte, entrelaçado às mãos inestimáveis da educação em um ensino de qualidade e responsabilidade, seja onde quer que for, tem a imensa possibilidade de formar indivíduos instruídos no campo da humildade. Nos cadernos da respeitabilidade. Nas jogadas de generosidade. Bem como críticos e engajados cidadãos em prol da luta contra toda e qualquer injustiça.
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