Nesses tempos bicudos, em que a população se vê à mercê de notícias, pronunciamentos, discórdias, confinamento e pandemia, as ações nossas de cada dia se veem aprisionadas. Um simples pão com manteiga com um café pingado na esquina virou vilão. Os toques e retoques ficaram no pretérito e o povo brasileiro, tão afetivo em suas relações, se tornou frio e desconfiado. Onde estará o nosso socorro, o nosso perdão? Convide dezenove.
Faça isso. Ponha a sua memória a funcionar. Lembre e relembre de parágrafos, páginas, livros inteiros que te colocaram para cima. Lembre-se daquela obra literária que você leu há algum tempo ou há pouco tempo que te deixou feliz. Agora é a hora. Convide dezenove pessoas do seu relacionamento a lê-la. Recomendem narrativas, poesias, crônicas, suspenses, romances curtos, longos, tanto faz, pois o importante é não deixar o apavoramento tomar conta nesse momento. Recomende aquele livro de aventura aos jovens aventureiros, de repente pode fazer um link com o que estamos todos vivendo. Recomende paixão, ternura, liberdade e sorrisos.
Convide dezenove avós a lerem, dezenove pais de família, mães temerosas, convide dezenove netos a lerem para seus avós e enviarem pela mídia. Sejamos propagadores da boa nova e não da tempestade. Pois de tempestade e nuvens carregadas de medo já estamos com a cota completa. Eis que é hora para sermos multiplicadores de paz e não de ódio.
Convide dezenove pessoas a terem esperança, força, fé e que nesse momento, o reencontro com a casa interior do nosso ser seja um momento de felicidade, de redescobertas, de sossego e menos medo. Portanto, convide-19 criaturas a lerem e que essas dezenove criaturas convidem mais dezenove pessoas. Sejamos recrutadores do bom tempo e não da má notícia.
Claudia Villar, fiquei muito emocionada ao ler o seu teto. Sou professora integradora em uma escola municipal no norte do Estado do Rio de Janeiro. Espero que não se importe. Irei me utilizar da sua ideia para dar minhas aulas (lingua port.) à distância. Muito obrigada porque sei que vc não tocou só a mim, mas como tocará muitos alunos com quem trabalho. Glaucia Vieira, Quissamã - RJ06/04/2020 - 16:51
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Cláudia de Villar
Cláudia Oliveira de Villar é natural de Porto Alegre/RS e atua desde 2000 como professora de séries iniciais do ensino fundamental em escola pública estadual. Possui doze livros publicados, sendo dez para o público infanto-juvenil e dois para adultos: Eu também... (Alcance, 2005, infantil), Bola, sacola e escola (Manas, 2009, infantil), Zé Trelelé no Gre-Nal (Manas, 2010, infantil), Uma foca na Copa (Manas, 2010, infantil), Meu Primeiro Amor (Manas, 2011, infantil), Aprendendo a viver e ensinando a sonhar (Manas, 2012, adulto), Rambo, um peixe no fandango (Manas, 2013, infantojuvenil), Mano e a boneca de pano (Manas, 2013, infanto-juvenil, O Mistério do Vento Negro, volumes I e II(Imprensa Livre, 2014-2015, juvenil), Um Continho de Natal(Metamorfose, 2016) e o lançamento de 2018: Histórias para ler no Intervalo ( Metamorfose, 2018). Participou de três antologias, Brasil Poeta (Alcance, 2005), Casa do Poeta Rio-Grandense (Alcance, 2005) e Mercopoema (Alcance, 2005) e uma coletânea de contos, Metamorfoses (Metamorfose, 2016). Além do curso de Magistério, Cláudia é graduada em Letras, especialista em Pedagogia Gestora e Supervisão Escolar. Atua no meio educacional também como mediadora de leitura e, como jornalista colaboradora, a escritora é colunista do Jornal de Viamão/RS, bem como escreve para o portal Artistas Gaúchos, Homo Literatus e Almanaque Literário.
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