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Literatura

Jorge Luis Borges
Suely Braga


Foto divulgação

Francisco Isidoro Luís Borges autor autodidata nasceu em Buenos, capital da Argentina, em 1899. Seu pai foi professor de psicologia. Foi irmão de Norah Borges. Sua preferências foram literatura, filosofia e ética. Ocupou algumas cátredas nas universidades de Buenos Aires, Texas e Havard. Abominava as biografias, pelo fato de servirem apenas para afastar os estudantes das fontes.

Borges gostava de homenagens. Sua obra lhe trouxe títulos e condecorações, mas o prêmio que ele mais ambicionava, o Nobel de Literatura nunca conquistou. Borges desde pequeno falava duas línguas: espanhol e inglês . Escrevia desde os seis anos de idade. Em 1906 escreveu seu primeiro conto, La Visera Fatal, influenciado por Cervantes e redige em inglês, um texto sobre mitologia grega.

Referindo-se à sua cegueira que o acompanhava há vinte anos, mas da qual nunca se lamentou, ou que despertasse compaixão, perguntou: “ O que pode fazer um cego senão escrever ?” Para Jorge Luís Borges, a humilhação, a infelicidade, a contradição são coisas que nos foram dadas para serem transformadas : “devemos fazer com que as circunstâncias miseráveis de nossa vida se tornem coisas eternas . ”

Borges experimentou vários gêneros literários: ensaio, poesia, conto, roteiro.

O escritor incursionou por uma ficção de ruptura mais radical, que foge da esfera regionalista e universaliza-se tanto pela temática, como também pela proposta de uma nova técnica do conto. Tenta retratar o fantástico que se impregna na realidade do Terceiro Mundo, mas que não pode ser confundido com o fantasioso. Em seus textos há uma erudição, que se estabelece através de temas metafísicos como a irrealidade do real, os sonhos e pesadelos. . Suas tramas têm com protagonista a própria literatura e seu cosmopolitismo cultural consegue promover o encontro entre o pensamento do Oriente e do Ocidente.

Por essas mesmas razões, o poeta consegue ser profundamente argentino e universal, ultrapassando as fronteiras. Sua vasta obra destacou-se do contexto sul-americano e foi reconhecida como uma das mais estimulantes matrizes da imaginação ocidental. Através de Borges pela primeira vez, o Terceiro Mundo , no que se refere à literatura, se impôs ao Primeiro.

Ele influenciou a literatura européia (principalmente a francesa e americana), além de deixar herdeiros também importantes. Entre eles Alejo Carpentier, Gabriel Garcia Márquez , Adolfo Bioy Casares, Carlos Fuentes, Ernesto Sábato , Ruan Rulfo e sem dúvida seu melhor discípulo, Júlio Cortazar. .

Borges sempre se sentiu mais um leitor do que um escritor.

Na Suíça realiza parte de seus estudos aprendendo francês e latim.

O ano de 1961 foi fundamental para ele, pois divide o prêmio Formentor con-cedido pelo Congresso Internacional de Escritores com Samuel Bachett

este o início de sua fama mundial e do mito. Seus livros são lidos em mais de vinte idiomas e analisados por especialistas de todo o mundo.

Recebeu o título de doutor “honoris causa” em universidades importantes como Sorbone , na França, Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Nos anos setenta novos e importantes surgem: O Oro de Los Tigres ( prosa e verso , 1972, O Livro da Areia contos, 1975, A Moeda de Ferro, 1976), Livro dos Sonhos, Antologia , 1976, Historia de La Noche (poemas , 1977 e outros.

Em 1984 a convite da Faculdade de Filosofia da USP e do Jornal Folha de São Paulo retorna ao Brasil para uma série de conferências.

Em 1985, o escritor lança seu último livro Os Conjurados dedicados a Kodoma, sua mulher.

Até os últimos momentos Borges continua produzindo . Traduziu para o francês suas obras completas.

Na manhã de sábado do dia 14 de junho de 1986, o poeta morreu, em Genebra, como desejou tranqüilo, longe dos jornalistas e da fama. A notícia de sua morte comoveu o mundo. Suas últimas palavras foram: “Genebra é a cidade mais bela do mundo, para mim uma pátria como Buenos Aires e Montevidéu”. Aqui li todas as obras de Virgílio e Verlaine.

Alguns Pensamentos de Borges:

Publicamos para não passar a vida corrigindo rascunhos, a gente publica um livro para ver-se livre dele . ”

Não me dar o prêmio Nobel é uma velha tradição Nórdica. ”

Não pretendo compreender meu país, assim como não pretendo compreender a mim mesmo “.

"Não sei se sou bom escritor. Creio que não. Mas sei que sou um bom leitor, por isso leio tantos livros. ”

Não releio nunca o que escrevo. Prefiro viver em função do futuro. ”

Acho que o escritor deve escrever para a alegria do leitor. Deve sentir a alegria do escrever. ”

Não há poeta, por medíocre que seja que não tenha escrito o melhor verso da literatura, mas também os mais infelizes. ”

Não sou leitor de romances. Penso que, afora Dickens Conrad, os romancistas russos e os romances de Eça de Queiros, não li romances. O romance me exige esforço “

Continuo imaginando não ser cego”. Continuo comprando livros. Penso que o livro é uma das possibilidades de felicidade de dispomos, nós os homens . ”

Para o escritor argentino, que sempre escreveu contos curtos e ensaios de poucas páginas, “composição de trabalhos de grande fôlego é um delírio fatigante, desmoralizante. ”

Li os Sertões de Euclides da Cunha. Agora tenho lembranças pessoais de os Sertões, caatingas que nunca vi. Mas as imagens dos livros se transformam com o tempo em imagens pessoais. ”

 


Bibliografia: Borges Luis Jorge, Pensamento Vivo- Martin Claret Editores -1987.


23/08/2011

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Comentários:

Gostei muito desta abordagem sobre a vida e obra do grande Borges. Suelly Eva dos navegantes Braga esteve supimpa nesta ótima abordagem biobibliográfica. Parabéns ao site e à autora. Abraços do poetinha JM.
Joaquim Moncks, Passo de Torres/SC 26/08/2011 - 13:49

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