FILHO, Rubem. Pretinha de Neve e os setes gigantes. Ilustrações do autor. São Paulo, Paulinas, 2009. 24p.
Toda história pode ser diferente, dependendo de quem a conta. O lugar do qual se “vê” uma história pode fazer enxergar coisas que outros não viram. Pois então, o ponto de vista é quem manda! E a época também! Até aonde a vista alcança, até nos escondidos dos fatos e pessoas, até nas reações e pensamentos, quem conta sente do seu jeito e de acordo com o seu tempo. Vai ver que é por isso que dizem: “quem conta um conto, aumenta um ponto”.
Pretinha de Neve vivia no alto do Monte Kilimanjaro, o lugar mais gelado da África. Sua mãe ficou viúva e casou-se com um rei mandão. Cansada de estar triste, sozinha e com frio, a menina foge do castelo para ver como era a vida lá embaixo. Na hora da fome entra numa cabana enorme, come e dorme. Logo descobre que a casa pertence aos sete gigantes, que trabalhavam numa mina, ali por perto. Ficam todos amigos e ela ganha então, um novo lar. Tinha encontrado calor, companhia, diversão e brincadeiras. Mas, lá em cima, a mãe e o padrasto da menina, sentem sua falta. O rei, disfarçado de mendigo, sai para procurá-la. Bate à porta da cabana e Pretinha logo o reconhece. Ele pede para a menina voltar pra casa, de uma maneira tão afetuosa, como ela nunca tinha visto antes. Mas, os gigantes chegam e a história ganha um novo rumo.
O que mais salta aos olhos, neste livro é o aproveitamento que o autor faz de histórias consagradas e largamente conhecidas das crianças: Branca de Neve e os sete anões, Chapeuzinho Vermelho, Cachinhos Dourados e até Alice no País das Maravilhas. Esse recurso, de contar uma história, “conversando” com histórias que já existem, invertendo, mudando o rumo das coisas, aproveitando fatos e personagens, gera aqui uma narrativa muito interessante. .
O texto coloquial transfere a história para a África e agora os personagens são negros. Junto com isso, vem toda uma ambientação, um colorido, um universo cultural que dá um novo sabor para as situações que a gente já conhece. A principal delas é a substituição do espelho da madrasta pelo tacho de cobre do castelo do padrasto.
Há outras inversões, mais diretas: gigantes no lugar de anões, padrasto no lugar de madrasta, a mãe que fica viúva e não o pai, a música que os gigantes cantam, etc.
Mas há também coisas pra pensar: a mãe “empregada” do marido e que não dá atenção para a filha, o padrasto que não demonstra carinho nunca, a solidão corroendo as relações. E, em se tratando de um livro baseado no modelo do conto de fadas, fazer as coisas entrarem em equilíbrio, ao final, é o que a história busca.
As ilustrações são coloridas, exuberantes, quentes, e revelam o uso do giz pastel, a textura própria da tela de pintura e um uso bem natural da ferramenta digital. O autor, que é também o ilustrador conseguiu um resultado bem equilibrado.
No final, o “acabou-se o que era doce” deixa um gosto de festa e de coração aquecido.
Sou pedagoga, e trabalho muito com a literatura infantil, e penso que para tornarmos nossas crianças leitoras, devemos saber apresentar as hostórias para elas. Faço especializaçõa em Inclusão educação Especial , adorei essa história pois temos pucas literaturas nesse genêro, Pretinha de Neve e os setes gigantes vou adquirir esse livro o mais rápido possivel. Tenho certeza que minhas crianças vão adorar.
No momento estou me especializando em Educação Especial
Simone Costa Abreu, São José-SC 15/11/2011 - 19:15
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