Em dois mil e onze fiz uma oficina de criação literária com o escritor Alcy Cheuiche, em Osório.
Éramos um grupo de dezesseis participantes com componentes do Litoral Norte: Osório, Imbe, Tramandaí, Capão da Canoa, Pinhal e Palmares do Sul. Um grupo heterogêneo. A maioria já escritores, com livros publicados e alguns que nunca participaram de oficinas literárias. Teve a duração de meio ano, de maio a novembro, realizada na Câmara dos Vereadores, todas às sextas-feiras, à tarde.
O escritor Alcy usou um método que agradou a todos.Cada participante escolheu um personagem para trabalhar com ele até o final da oficina.Escrevíamos um conto em aula com tema escolhido por ele e depois todos liam o seu trabalho.Em casa, fazíamos um conto também com tema escolhido por ele, o qual era lido na aula seguinte.Ele não criticava ninguém e todos aplaudiam os contos dos colegas.
Achei muito interessante, porque não inibiu, nem bloqueou ninguém. Todos se sentiam empolgados e esperavam com ansiedade a próxima sexta-feira.
Através de sua fala mansa e simpatia, seu espírito alegre e brincalhão nos ensinava as técnicas entremeadas de histórias, algumas muito engraçadas.
Disse “ele:” temos que escrever para o leitor. No momento em que o escritor publica o livro, este não é
mais dele ,mas dos leitores.” Nos ensinou o processo criativo. Escrever com emoção.Sem emoção não se faz nada.Tem que deixar a inspiração fluir, sem se preocupar com os erros de ortografia.Não interromper o processo criativo.
Disse “ainda, o que não é novidade, que:” todas as artes estão interligadas: a literatura, o teatro, o cinema, a pintura, a escultura, a dança, a música. O escritor é uma artista. A ciência sem arte não pode existir.Toda arte tem ciência, assim como toda ciência tem arte. O escritor é um contador de histórias. As “histórias orais, os contos, que na infância ouvimos de nossos pais e avós têm uma imensa influência no escritor.” Até nos mandou escrever um conto de um fato que marcou nossa infância.
“O conto é imaginação. As palavras primas do conto são: ambiente, personagem e ação. Devemos usar os cinco sentidos: boca (gosto),nariz ( olfato –cheiros), mãos e pés(impressões táteis).
O “romance, o conto, a crônica, o teatro, o cinema tudo passa pelo escritor..”
Só nas últimas semanas da oficina escolhemos três contos para serem publicados na Coletânea. Junto com ele fizemos as correções. Claro que depois o material foi para o revisor.
A Coletânea “Os ventos do mar e da lagoa.” foi lançada na 26ª Feira do Livro de Osório, dia quatro de dezembro, com sessão de autógrafos e com distribuição gratuita dos exemplares. No início de fevereiro, dia quatro, foi lançada na XII Feira de Tramandaí e dia doze de fevereiro lançada na 3ª Feira do livro de Atlântida Sul, praia pertencente ao município de Osório.
Fiz várias oficinas com outros escritores, mas para mim essa foi a melhor.
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