Os trabalhos do artista alemão H. R. Wenroth são pouco divulgados na literatura historiográfica sobre a arte no Rio Grande do Sul. Segundo a documentação histórica ele chegou ao Brasil em 1851, com um grupo de mercenários alemães, contratados para lutar contra Rosas.
As informações sobre esse período no exército, aqui no Brasil, não são precisas, ele pode ter sido expulso ou desertado, de acordo com os documentos da época. Provavelmente Wenroth tornou-se um aventureiro, vagando por vários lugares, parece que andou envolvido com mineração.
As inúmeras aquarelas que produziu, é um importante registro sobre o Rio Grande do Sul, na época. Este trabalho mostra a arquitetura de Porto Alegre e de varias cidades do estado, como Pelotas, Lavras, Rio Grande e também o aspecto urbano e cultural, o modo de vida das pessoas, tanto na área urbana como na rural.
A fauna e flora estão detalhadamente representadas nas pinturas de Wenroth, onde aparecem paisagens naturais, como campos, margens de rios, muitos destes locais atualmente estão alterados, muito modificados pelo surgimento de cidades.
Parece que Wenroth faleceu em 1860 em Porto Alegre ou Buenos Aires, os seus originais, após a sua morte percorreram um caminho até vir parar nas mãos da família Orleans e Bragança.
Segundo os documentos estes originais foram parar nas mãos de F. A. Buhhlmann, que numa carta de 11/06/1863, vinda de Buenos Aires, para D. Pedro II, oferece este trabalho dos quais se intitula autor, enfatiza que o monarca deveria estabelecer o preço. Este álbum foi entregue para a princesa Isabel que deixou para o seu filho mais velho.
Investigações feitas pelo general Bertoldo Klinger, em 1962, por ocasião de uma revisão para uma edição, mostram varias contradições apontando para a fraude de F. A. Buhlmann ser o autor, uma delas é o itinerário da Legião Alemã registrado no álbum. De acordo com os dados obtidos a partir da análise da documentação, klinger concluiu que Buhlmann não fez parte deste itinerário.
Também analise feita pelo Instituto pericial de criminalista do Estado da Guanabara, foi usada para comparação entre a carta de Buhlmann e rasuras encontradas em algumas aquarelas. O trabalho de restauração conseguiu reconstitiuir, nelas, o nome como sendo de Wenroth.
No Rio Grande do Sul a RIOCELL – Rio Grande fez uma publicação, da obra de Wenroth, para comemoração de fim de ano. Nesta edição foram publicadas algumas aquarelas. O livro não foi vendido no circuito comercial a empresa deu como brinde para clientes importantes.
Paulo Jolar Pazzini Galarça é Geógrafo e artista plastico.
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