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Teatro
De volta à Lapa
Melissa Osterlund
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| Foto de Myra Gonçalves |
Em meio a diversas apresentações musicais, “Ópera do Malandro” conta a trama da malandragem carioca da primeira metade do século XX a partir de um roteiro bastante realista. Ambientado no Rio de Janeiro dos anos 40, o espetáculo – escrito e musicado por Chico Buarque – estreou com o grupo Coro dos Contrários em 2006, retornando no dia 19/02, pelo Porto Verão Alegre, e trata da rivalidade entre o contrabandista e malandro Max Overseas (Cristiano Godinho) e o dono dos bordéis da Lapa, Fernandes de Duran (Ernani Poeta). A rixa tem origem em assuntos de negócios e é intensificada com o casamento entre Teresinha (Paula Dellazzana), filha do casal Duran, e Max, fato que vem a colocar em risco todos os negócios da famÃlia Duran.
Em outros ambientes, porém, o público presencia o real caráter de Max, que é famoso entre as prostitutas do bordel de Duran, para as quais sempre promete visitas e presentes, além de emprego na Taverna da Glória, local ao qual ele alegava futura compra. Pensando enganar Teresinha – a quem jura profundo amor –, o malandro deposita toda sua confiança nela para cuidar de seus negócios, ao ter que fugir de Duran e do Inspetor Chaves (Diego Brasil), seu amigo de infância que, por dÃvidas com o comerciante, aceita a proposta de capturar Max.
Antes de fugir, Max resolve passar no bordel; porém, é pego, com as prostitutas, por Vitória (FabÃola Barreto), esposa de Duran, e pelo Inspetor Chaves. Por serem funcionárias do casal Duran, as prostitutas empunham cartazes, já confeccionados antes mesmo das promessas de Max, com dizeres como “Abaixo a corrupssão (assim mesmo, com dois “ésses”), Max e Chaves na prisão!”. Max também é traÃdo pelos seus capangas, já que Teresinha, comandando os negócios, demitiu a todos eles. Já na cadeia, o malandro surpreende mais uma vez os espectadores: Lúcia (Fabiana Giguer), a filha de 20 anos do Inspetor Chaves, aparece na cadeia, grávida de Max, insultando-o por tê-la desonrado. Com o carisma de sempre, Max consegue acalmá-la, aos poucos, jurando amor eterno a ela e ao filho. A tensão volta à cena quando Teresinha os pega em flagrante; entretanto, Max a renega, já que agora quem poderá salvá-lo, teoricamente é a filha do Inspetor. A apresentação termina com o “Hino da Repressão”, cantado por, praticamente, todos os personagens.
Com direção de Ernani Poeta, o musical – que está completando 30 anos desde sua primeira estréia, em 1978 – tem um elenco bastante amplo, formado por Alice Chiapini, Andréa de Almeida, Boni Rangel, Camile da Rocha, Cristiano Godinho, Diego Brasil, Elisa Fernandes, Ernani Poeta, Fabiana Giguer, Fabiano Geremias, Fábio Petry, FabÃola Barreto, Gabriel Poeta, Guilherme Castro, Mário Pratti, Melissa Osterlund, PatrÃcia Corrêa, Paula Dellazzana, Rodrigo Panassolo e Samuel Biron, coreografados por Ana Medeiros. O repertório da Ópera inclui músicas como “O Malandro”, “Hino de Duran”, “Viver do amor”, “Homenagem ao malandro”, “Tango do Covil”, “Casamento dos pequenos burgueses”, “Teresinha”, “Uma canção desnaturada”, “Ai, se eles me pegam agora”, “Se eu fosse teu patrão” e “O meu amor”.
Com platéia lotada nas três apresentações do Porto Verão Alegre, “Ópera do Malandro” tem nova temporada, também no teatro Bruno Kiefer, no mês de Abril.
28/02/2008
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