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“O objetivo é que as pessoas que já sabem escrever consigam escrever sobre o erótico, sobre aquilo que possa excitar”
Luísa Tessuto


Literatura e sexo combinam? Como o conhecimento sobre sexo pode ajudar a escrever cenas ou histórias eróticas? Essas e outras questões serão abordadas pela experiente sexóloga Rafaela Couto na Oficina de Literatura Erótica, da Metamorfose Cursos.
 
Rafaela é sexóloga e trabalha na área há mais de 40 anos. Além disso, é psicanalista, escritora, palestrante e tem experiência em rádio e TV. Na oficina, que ocorre dia 19 de maio (sábado), das 9h às 16h, a partir de discussões, leituras e dicas os participantes serão convidados a experimentar a escrita erótica como algo prazeroso, sem vulgaridade, sem censura e sem julgamentos.
 
Na entrevista a seguir, Rafaela fala sobre literatura, o tabu que ainda há sobre sexo na sociedade, a falta de informação, questões de gênero e revela um pouco sobre o que o participante irá encontrar na oficina do dia 19.

Luísa Tessuto: Qual é o objetivo do curso?
 
Rafaela Couto: O objetivo do curso é que as pessoas possam escrever sobre a literatura erótica. Mas eu penso que a maioria quer mesmo é saber sobre sexo (risos). Como é literatura erótica, é claro que a erotização vai fazer com que as pessoas tenham mais excitação. Então o objetivo desse curso é que as pessoas que estão escrevendo outros gêneros possam a partir daí escrever sobre o erótico, sobre aquilo que possa excitar. Esse é o verdadeiro objetivo. Colocar a fantasia na escrita, é disso que se trata a literatura erótica. Quando nós lemos um livro erótico, nós nos excitamos. O que aconteceu com o “Cinquenta Tons de Cinza”? Por que tantas mulheres de repente começaram a ler esse livro?
 
Luísa: Tu leste a trilogia “Cinquenta Tons de Cinza”? Qual é a tua opinião sobre ela?
 
Rafaela:
Li, li. Eu gostei, realmente. É um romance e foi escrito de uma forma que excita. As mulheres leram e ficaram se perguntando: “Puxa, o que eu estou fazendo? O que eu estou esperando? Eu não faço nem 5% disso!”. Porque muitas não fazem 5% disso. E elas têm potencial para isso. Com a leitura de um livro erótico elas aprendem que são capazes sim de ter esse desejo, são capazes sim de ter essa vida sexual mais rica.
 
Luísa: A mulher, por muito tempo, foi impedida de ter voz sobre sua própria sexualidade. Tu achas que por isso o público-alvo desse tipo de leitura é predominantemente feminino? Ou não?
 
Rafaela:
Sim, penso que sim. Hoje a mulher não teme, ela não tem mais medo do julgamento. Se ela quer ler um livro erótico, ela vai até a livraria e compra seu livro. No passado, nós tínhamos que esconder os livros eróticos. Nós líamos escondidas. Eu li Cassandra Rios escondida. Vou falar sobre ela no curso. Ela era considerada pornográfica, não era erótica. Hoje, provavelmente ela seria considerada erótica. Eu tinha 12 anos (risos), mas os pais proibiam esse tipo de livro. Falar de sexo não era uma coisa permitida na época. Em muitas famílias ainda não é. As mulheres não tinham voz, no passado. Mas hoje elas sabem o que querem. Sabem o que pedir na relação sexual, onde querem ser tocadas e de que forma. Isso é um grande progresso na área sexual.
 
Luísa: Qual é a diferença entre pornografia e erotismo?
 
Rafaela:
A diferença é que a pornografia é mais escrachada. O sexo é colocado de forma explícita. As palavras são  consideradas, por muitos, como agressivas ou chulas. Enquanto que no erótico não. No erótico as palavras são cuidadas. Nós vamos dizer a mesma coisa, com mais cuidado. E o erótico tem  emoção junto com a relação sexual. Trabalho muito com casais e percebo que as mulheres se queixam de que muitos homens vão para a relação sexual sem nenhuma emoção, enquanto elas conservam certo romantismo e querem essa emoção. Hoje elas cobram isso dos parceiros. Os homens também estão se beneficiando da literatura erótica. Muitos dos meus pacientes estão lendo “Cinquenta Tons de Cinza” e vários outros livros eróticos que eu recomendo. Às vezes o casal lê junto ou um lê para o outro e se beneficiam disso. Isso é maravilhoso! Uma grande conquista.
 
Luísa: Sobre o curso, o participante pode esperar mais uma oficina de escrita ou mais um espaço de discussão e leitura?
 
Rafaela:
Eu penso que ele vai mais para um espaço de discussão. Vamos ter dicas de como escrever literatura erótica. Falar sobre algumas particularidades desse gênero, como, por exemplo, os detalhes. Em outros gêneros, evitamos muitos detalhes, deixando espaço para o leitor imaginar. Na literatura erótica o detalhe é importante. Vamos escrever tudo, ou quase tudo, porque é isso que vai excitar, é isso que os leitores esperam. É por isso que estão buscando a literatura erótica. Também teremos dicas de como escrever a fantasia. Vamos escrever romance com fantasia, com emoção. E vamos abordar vários aspectos da área sexual.
 
Luísa: Voltando na diferença entre pornografia e erotismo, tu tens algum exemplo de livro pornográfico e de um livro erótico?
 
Rafaela:
Dos atuais pornográficos eu não tenho. Posso citar Cassandra Rios como pornográfico. Muitos autores, hoje, escrevem como ela, utilizando palavras que agridem. Quando o texto agride, as pessoas não gostam de ler. A Cassandra Rios começou a escrever com 12 anos, com pouca informação. Ela quase foi presa. Seus livros foram recolhidos. Era uma leitura proibida. Mais tarde, mais madura, sua escrita se transformou um pouco, acompanhando o que os leitores estavam pedindo. E eróticos hoje nós temos mais de 2600 livros. No curso vou citar vários deles.
 
Luísa: Mas tem algum principal que vem na tua mente?
 
Rafaela:
Elizabeth Bezerra. Ela é uma autora fantástica.  Ela escreve de uma forma diferente de Cinquenta Tons de Cinza, mas é muito erótico. Ela coloca romance na história. Mulheres gostam desse tipo de literatura. Os livros dela são quentes, muito quentes, atuais, fáceis e acessíveis.
 
Luísa: O sexo, ainda hoje, é um grande tabu. Escrever sobre ele, mais ainda. Tu achas que a ideia desse curso tem a ver com uma tentativa de quebra dessa realidade?
 
Rafaela:
Dificilmente, com uma oficina, nós vamos quebrar esse tabu. Mas, talvez, a gente possa lançar uma semente. Eu faço rádio e TV há quarenta e poucos anos como uma forma de quebrar o tabu e ainda o sinto presente. Não sou a única sexóloga que faz isso, evidente, aqui em Porto Alegre temos várias sexólogas que fazem esse tipo de trabalho, e no Brasil inteiro temos pessoas trabalhando para que isso possa ocorrer. Mas nós não vamos conseguir isso sem apoio dos pais. A educação ainda é muito repressiva. Não falando de sexo, os pais estão fazendo uma deseducação sexual. E assim os mitos e preconceitos vão se propagando. As pessoas vão acreditando em mitos.Hoje pela manhã, uma paciente disse: “Agora eu vou entrar na menopausa e minha vida sexual vai acabar, vou perder meu marido”. E isso é um mito! É o contrário. Com a menopausa, a mulher vai ganhar mais testosterona. Vai aumentar o desejo e a vontade de fazer sexo. E mais: ela começa a descobrir que não precisa do desejo para fazer sexo. O desejo virá na segunda fase. Ela vai se excitar primeiro para depois ter desejo. Há uma grande mudança, para melhor, que as pessoas desconhecem.
 
Luísa: Como sexóloga, qual a tua opinião sobre a educação sexual nas escolas? Qual a importância de tratar esse assunto com crianças e adolescentes?
 
Rafaela:
O meu sonho é que todas as escolas, um dia, consigam ter educação sexual. Mas vamos ter que vencer muitos tabus, muitos preconceitos até que isso possa acontecer. Já fiz várias palestras em escolas, trabalhei com crianças, professores, e em separado com os pais, em várias cidades. E o preconceito é enorme. Se os pais conseguissem ser os multiplicadores para os seus filhos de uma boa educação sexual teríamos um grande ganho. Mas isso é muito difícil. Às vezes eles escutam. Mas o que eles esperam mesmo é saber sobre a própria sexualidade. E eu estou lá para ensinar a eles sobre o que falar para os seus filhos, porque esses filhos estão carentes de informação sexual. Uma das conseqüências dessa falta de educação sexual é a gravidez indesejada. As crianças - são crianças, têm 12,13 anos - estão engravidando. Eles transam na escola. E nem sempre essa menina quer. Ela acaba aceitando a relação sexual para ser inserida, aceita no grupo. 

 
A oficina está confirmada e as inscrições estão abertas no site http://www.metamorfosecursos.com.br/curso.php?id=189

 

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